A Rússia iniciou uma ofensiva militar na Ucrânia a 24 de fevereiro. Em dois meses de guerra morreram mais de 2 mil civis, de acordo com as Nações Unidas, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito superior.
Os dados da ONU indicam também que o conflito obrigou à fuga de mais de 12 milhões de pessoas, destas mais de 5 milhões deixaram a Ucrânia, dando origem à pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
CRONOLOGIA DE DOIS MESES DE GUERRA NA UCRÂNIA
24 de fevereiro
- Rússia lança ofensiva em larga escala contra a Ucrânia. Forças russas disparam mísseis em várias cidades ucranianas e desembarcam tropas na costa sul.
- Presidente russo autoriza o que designa de “operação militar especial” no Leste. Putin alega que Moscovo não teve escolha: “A República Popular do Donbass pediu ajuda à Rússia”.
- Presidente ucraniano ordena a mobilização geral para fazer frente à invasão russa.
26 de fevereiro
- União Europeia (UE) avança com pacote de sanções económicas à Rússia.
- UE, EUA e Reino Unido bloqueiam o sistema internacional de comunicações bancárias Swift a bancos russos.
27 de fevereiro
- UE fecha o espaço aéreo à Rússia, envia armas para Ucrânia e bane media estatais russos.
- Tropas russas avançam em direção à capital Kiev, Kharkiv e Kherson.
28 de fevereiro
- Ucrânia avança com candidatura à UE.
- Representantes de Moscovo e Kiev realizam primeira ronda de negociações para cessar-fogo.
- UE proíbe transações com o banco central da Rússia e aprova pacote de apoio de 500 M€ para a Ucrânia.
- Rublo cai 30% e Putin é obrigado a impor medidas de controlo de capital.
- Pela primeira vez a UE concorda em fornecer equipamento letal a um país terceiro.
1 de março
- Coluna militar russa de 65 quilómetros dirige-se a Kiev.
- Aumenta a pressão da Rússia em Kharkiv, Mariupol e Kherson.
- Human Rights Watch acusa Moscovo de usar bombas de fragmentação contra civis.
- EUA fecham o espaço aéreo a aviões russos.
2 de março
- Tanques russos entram em Kherson, primeira capital regional a cair durante o primeiro mês de guerra.
- Forças russas cercam a cidade portuária de Mariupol, no sudeste do país.
- Número de refugiados que fugiram da Ucrânia ultrapassa 1 milhão.
3 de março
- Tribunal Penal Internacional envia equipa para investigar possíveis crimes de guerra na Ucrânia.
4 de março
- Presidente russo bloqueia Twitter, Facebook e vários sites de notícias na Rússia.
- Putin assina lei que criminaliza “notícias falsas”, o que pode dar aos infratores até 15 anos de prisão.
9 de março
- Bombardeamento russo atinge uma maternidade em Mariupol, há registo de 3 mortes
- Rússia alega que o hospital albergava “radicais” ucranianos.
- Ofensiva russa intensifica-se, população foge dos subúrbios de Kiev, Irpin e Vorzel
- Fundo Monetário Internacional aprova financiamento de emergência para a Ucrânia
10 de março
- Congresso dos EUA aprova financiamento para apoio aos refugiados e ajuda militar.
- Forças russas bombardeiam corredor humanitário e impedem a entrada de ajuda de emergência em Mariupol.
11 de março
- Número de refugiados ultrapassa os 2,5 milhões e mais de 2 milhões são deslocados internos.
- UE aprova a Declaração de Versalhes, no sentido de garantir capacidade de defesa europeia
13 de março
- Rússia intensifica ataques a oeste e dispara 30 mísseis contra base de treino militar em Yavoriv.
- O ataque, a 25 km da Polónia, causa 35 mortos e mais de 130 feridos, segundo as autoridades ucranianas
14 de março
- O líder checheno e leal a Putin, Ramzan Kadyrov, diz que os chechenos se juntaram à luta de Moscovo.
- EUA avisam a China de que não admitem nenhuma forma de alívio das sanções contra a Rússia.
- Cerca de 160 carros conseguem deixar Mariupol, enquanto russos continuam a bloquear a entrada de ajuda na cidade.
15 de março
- Os primeiros-ministros checo, polaco e esloveno viajam de comboio para Kiev
- Presidente ucraniano admite que não acredita que a adesão à Aliança Atlântica seja viável para a Ucrânia.
- As declarações de Zelensky sobre a NATO fazem antever um eventual avanço nas negociações com a Rússia.
- 20 mil civis conseguem fugir de Mariupol, o número de refugiados ultrapassa 3 milhões.
16 de março
- Cerca de 300 pessoas terão morrido no teatro de Mariupol, bombardeado pelas força aérea russa.
- O ataque acontece quando centenas de pessoas ali estavam abrigadas, garante o município.
18 de março
- Forças russas entram em Mariupol, há relatos de combates no centro da cidade.
- Seis mísseis são disparados do Mar Negro na cidade ocidental de Lviv.
- Dois mísseis são intercetados e quatro atingem uma oficina de reparação de aeronaves.
20 de março
- Bombardeamento russo destrói uma escola de artes em Mariupol.
- Cerca de 400 civis estariam abrigados no estabelecimentos de ensino.
21 de março
- Ucrânia rejeita ultimato russo para rendição em Mariupol.
24 de março
- Autarquia de Mariupol acusa Moscovo de deportar ilegalmente 15 mil civis para a Rússia.
- Zelensky diz que mais de 2 mil crianças foram sequestradas desde o início da guerra.
27 de março
- 90% dos edifícios em Mariupol terão sido destruídos pelos bombardeamentos russos.
2 de abril
- Civis encontrados com as mãos amarradas em Bucha, perto da capital, depois da retirada das tropas russas.
- Moscovo diz que os supostos crimes de guerra foram encenados pelas autoridades ucranianas.
- Ucrânia recupera toda a região de Kiev que estava sob controlo das forças russas.
3 de abril
- Procurador-geral da Ucrânia diz que pelo menos 410 corpos de civis foram contabilizados em Bucha.
- Human Rights Watch garante que documentou crimes de guerra cometidos pelas forças russas em Kiev, Kharkiv e Chernihiv.
5 de abril
- Massacre em Bucha mostra uma “brutalidade insuportável” que a Europa não via há décadas, diz Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO.
8 de abril
- Pelo menos 50 mortos em ataque russo a estação ferroviária de Kramatorsk, na região de Donbass.
- UE aprova novo pacote de sanções contra a Rússia.
12 de abril
- Operação especial ucraniana captura oligarca fugitivo a amigo próximo de Putin, Viktor Medvedchuk.
13 de abril
- Biden classifica situação na Ucrânia de “genocídio” e acusa o Presidente russo de ser “ditador”. Kremlin diz que Rússia considera acusação de genocídio de Biden “inaceitável”.
14 de abril
- Pelo menos 198 crianças morreram e 355 foram feridas na ofensiva russa na Ucrânia.
- Kremlin avança que o navio de guerra russo Moskva está “seriamente danificado” e que a tripulação foi retirada. Ucrânia afirma ter atingido a embarcação com dois mísseis Neptuno, Rússia diz que danos resultam de um incêndio.
19 de abril
- Russos bombardeiam fábrica Azovstal, último reduto da resistência em Mariupol.
21 de abril
- Putin cancela ordem de assalto ao complexo fabril Azovstal, mas mantém o bloqueio à zona.
- Sessão solene com o Presidente ucraniano no Parlamento português. “Portugal sabe bem o que a ditadura traz”, afirma Zelensky no discurso dirigido à Assembleia da República.
22 de abril
- Papa desiste de viajar para Kiev, para não colocar em risco eventuais negociações para o fim da guerra, o chefe da Igreja Católica já propôs a mediação do Vaticano.
- Rússia quer controlar sul da Ucrânia para chegar a território moldavo, comandante do Exército russo informa que a segunda parte da invasão russa visa obter acesso à região da Transnístria.
- ONU anuncia que o secretário-geral António Guterres irá a Kiev para se encontrar com o Presidente ucraniano, a 28 de abril, dois dias depois de se deslocar a Moscovo, onde se reunirá com o Presidente russo.
23 de abril
- Ataque com mísseis na cidade portuária de Odessa, no sul da Ucrânia, faz cinco mortos, incluindo uma criança de três meses, e 18 feridos.
- Assessor do Presidente ucraniano afirma que as forças russas retomaram os ataques aéreos à fábrica Azovstal, em Mariupol.
Veja aqui os momentos-chave de dois meses de guerra na Ucrânia, que continua sem fim à vista.
- VÍDEO: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL