O arroz, um dos alimentos mais consumidos em Portugal e em todo o mundo, surge novamente sob os holofotes por preocupações com a sua segurança alimentar. Um estudo recente da organização francesa 60 millions de consommateurs revelou que este arroz está entre os mais contaminados por resíduos de pesticidas e agrotóxicos, levantando questões sobre a qualidade e os padrões de produção deste produto amplamente consumido. Saiba mais neste artigo com o apoio da Forever Young.
Um estudo que alerta os consumidores
O estudo, realizado em janeiro, analisou 40 tipos de arroz vendidos em França, abrangendo variedades como o basmati, o arroz branco e o integral, entre outros. Os resultados mostram que 15 dessas amostras continham resíduos de agrotóxicos, com destaque para o arroz basmati não biológico, importado principalmente da Índia e do Paquistão.
Os testes permitiram avaliar se os níveis de resíduos estavam dentro dos limites máximos permitidos pela regulamentação europeia. Contudo, a análise revelou que uma parte significativa das amostras ultrapassou esses limites, colocando em causa a segurança alimentar e o impacto ambiental associado à produção deste cereal.
Por que o arroz basmati está na linha de fogo?
O arroz basmati é muito apreciado pela sua textura leve e aroma delicado, sendo uma escolha popular em pratos como curries e pilafs. No entanto, a sua produção intensiva em países como a Índia e o Paquistão, principais exportadores globais desta variedade, tem levantado preocupações.
Nestes países, o uso de pesticidas e outros químicos agrícolas é frequentemente elevado, muitas vezes sem o cumprimento rigoroso de normas ambientais e de saúde pública. Além disso, a distância percorrida para exportação aumenta o risco de contaminação durante o transporte e armazenamento.
Impacto no consumidor português
Embora o estudo dos agrotóxicos tenha sido realizado em França, os resultados são relevantes para consumidores portugueses, já que as práticas de importação e as origens do arroz basmati são semelhantes nos dois países. Muitas marcas presentes em Portugal dependem das mesmas cadeias de fornecimento, pelo que é prudente que os consumidores estejam atentos às etiquetas e escolham produtos com certificação biológica sempre que possível.
A escolha entre biológico e não biológico
A diferença entre o arroz biológico e o não biológico vai além do preço. O arroz biológico é cultivado sem o uso de pesticidas químicos ou fertilizantes sintéticos, reduzindo os riscos de contaminação. Apesar de ser geralmente mais caro, pode ser uma alternativa mais segura para quem se preocupa com a saúde e com o impacto ambiental da produção alimentar.
Como minimizar os riscos?
Embora o estudo traga preocupações, há medidas que os consumidores podem adotar para reduzir o risco de ingestão de resíduos de pesticidas:
- Lavar bem o arroz antes de cozinhar: Enxaguar o arroz em água corrente ajuda a remover parte dos resíduos superficiais.
- Optar por produtos biológicos: Sempre que possível, escolha arroz com certificação biológica, que garante práticas agrícolas mais sustentáveis.
- Diversificar o consumo: Alternar entre diferentes tipos de arroz e cereais reduz a exposição a potenciais contaminantes.
- Consultar rótulos: Verificar a origem do produto e optar por marcas com certificação de qualidade reconhecida.
Um alerta para a produção global
A revelação deste estudo serve como um lembrete das complexidades da produção alimentar global e da importância de normas rigorosas para proteger a saúde dos consumidores. A organização 60 millions de consommateurs espera que os resultados estimulem discussões sobre a necessidade de reforçar os controlos e práticas agrícolas mais sustentáveis.
Num momento em que a saúde e a segurança alimentar estão no centro das preocupações, este alerta pode ser um ponto de viragem para escolhas mais informadas tanto por parte dos consumidores quanto dos produtores.
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