
Em comunicado, a Câmara Municipal de Tavira refere que o “burburinho” em torno da nova ponte “só tem vindo a prejudicar a imagem” da cidade, fazendo “publicidade negativa”, o que poderá vir a afastar potenciais investidores e turistas.
“A posição da edilidade acerca desta matéria tem sido coerente desde o primeiro instante” lê-se na nota da autarquia, que destaca “oscilações” na posição do movimento ‘Tavira Sempre’, que tem liderado a contestação à nova ponte sobre o Rio Gilão.
Na passada semana, foi apresentado em Assembleia Municipal um manifesto onde um grupo de 24 arquitetos, entre os quais Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto Moura, solicitavam à Câmara de Tavira repensar o projeto da nova ponte no centro histórico da cidade.
No documento, a que a Lusa teve acesso, os arquitetos apelam à autarquia para que tenha a “coragem” de “dar um passo atrás” e que pare “para refletir a favor da definição de uma estratégia de intervenção urbana abrangente” para a frente ribeirinha.
No entanto, a Câmara de Tavira mantém a sua opinião quanto à necessidade da existência de uma ponte no local definido, argumentando que estará “em perfeita harmonia com a paisagem patrimonial e paisagística”.
Para a autarquia, a cidade “em nada sairá prejudicada com esta nova travessia” considerando, pelo contrário, que “irá beneficiar e valorizar a zona nobre da cidade”, paralelamente ao projeto de requalificação das margens.
A Câmara de Tavira afirma ainda que a cidade é uma “referência pela sua arquitetura e qualidade urbana”, consequência da “adoção de medidas e ações” que visam salvaguardar os “valores patrimoniais, culturais e identitários da cidade”.
O executivo sublinha que a “preservação e o desenvolvimento sustentável” de Tavira são uma “prioridade” e que a sua conduta, “contrariamente ao propagado, reflete a consciência e a preocupação pela preservação e qualificação urbana”.
O movimento de cidadãos ‘Tavira Sempre’ tornou pública, em novembro, a sua intenção em travar a construção de uma nova ponte na cidade, argumentando tratar-se de uma solução que ia “contra a vontade da população”.
O projeto em causa pretende substituir a atual ponte provisória – edificada na sequência das cheias de 1989 – e colmatar os danos causados na antiga ponte sobre o rio Gilão, que acabou por se manter ativa durante 30 anos, mas que foi interditada ao trânsito automóvel há três anos por razões de segurança.
PYD (MHC) // MAD (Lusa)