Ganha lá (país europeu) num mês o que aqui ganhava em três”. Paga 20% de imposto e aqui pagaria 45%”, disse-me um amigo.
Um avô, professor catedrático jubilado, absolutamente desesperado, ligou-me a pedir ajuda para encontrar emprego compatível para o genro. “Vai para Londres, e vou perder a companhia dos meus queridos netos…”
Um pai e avó falou-me com as lágrimas nos olhos: a filha tinha ido para França trabalhar “e levou os meus meninos”.
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Jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional (ANIR)
A sangria de cérebros bem formados assusta! 70% dos universitários quer emigrar!
Uma mãe dizia-me que a filha tem saudades de casa e a mãe chora a sua ausência. Mas, já pertence ao sistema nacional de saúde inglês. “Mas, se aqui pagassem melhor ela vinha para a família”. Nem se importava de ganhar menos. Só queria ganhar melhor.
Um pai disse-me, em tom de alívio, que a filha “felizmente” arranjou colocação em Madrid e, assim, “está perto”.
Um padrinho está triste porque uma querida afilhada informou que em princípio irá emigrar com o namorado para um país europeu. “Aqui não dá para construirmos família”.
Há anos atrás o Bispo do Porto disse, essencialmente, que acreditava muito no futuro do nosso país, pois Portugal ia dispor das gerações mais bem formadas da nossa história.
O que não imaginávamos era a sangria de jovens que já estão nas universidades com a cabeça num emprego no estrangeiro. Estudo de há uma semana revela um número assustador: 70%! É uma sangria!
Os empresários estão preocupados. E não propriamente com falta de mão de obra obra de ‘chão de fábrica’, empregados de restauração e outras profissões de menor exigência académica. Os imigrantes felizmente estão a resolver.
Mas, a sangria de cérebros bem formados assusta!
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