Ao longo dos tempos a sombra do homem projectou-se num animal doméstico – O Cão, cuja importância foi, e continua a ser, objecto permanente da atenção dos homens das letras e das ciências, artistas e militares, naturalistas e filósofos, que lhe dirigiram e dirigem pensamentos e citações, tornando-o ímpar na história universal.
Por isso, o cão ocupa na sociedade uma posição que o destaca dos outros animais, com estatuto próprio e papel social.
Ao seu mérito, às qualidades de trabalho, à sua inexcedível dedicação, aliadas às mais belas e honrosas qualidades que o caracterizam, se deve tal condição.
As extraordinárias características do cão – coragem, docilidade, agudeza de sentidos, capacidade de observação, agilidade e memória, têm sido determinantes na sua utilização quer para fins civis, militares e policiais.
A cinotécnia atingiu um processo evolutivo considerável, a presença dos cães nas forças policiais, é hoje uma realidade, fruto da sua versatilidade entre outras vantagens que se podem enumerar: são de manutenção económica, tem qualidades peculiares, substituem o homem no desempenho de determinadas missões com eficiência e garantia de êxito, tem desempenho em missões específicas que só aos cães podem ser confiadas, economizam meios humanos e tem efeitos psicológicos.
A importância da sua utilização em acções de âmbito policial está assim suficientemente demonstrada, realçando-se o extraordinário valor que o cão representa, como mais um meio para o cumprimento da missão.
Podemos considerar os cães como sendo “armas psicológicas”, que se podem utilizar de forma preventiva ou repressiva, para legítima defesa ou para vencer resistências ao cumprimento das respetivas ordens legais.
Neste contexto, o cão é uma “arma” não letal, que se reverte de extrema importância no cumprimento das missões operacionais da Guarda Nacional Republicana em várias vertentes, tais como: uso da força, busca e salvamento, deteção de drogas, deteção de explosivos e armas, entre outras. Dá ainda apoio em diversas áreas de especialização e contribuindo, no todo ou em parte, para o êxito das missões onde são empenhados, constituído este tipo de meios uma mais-valia na prossecução da missão geral das forças de segurança.
A sua aplicabilidade nesta variedade de funções, deve-se às extraordinárias capacidades de que ele, é possuidor, que em conjunto com uma objetiva e rigorosa formação permite utilizá-los simultaneamente como meio dissuasor perante um potencial adversário ou por exemplo como uma “ferramenta” de auxílio na descoberta de pessoas desaparecidas ou foragidos.
É uma “arma” capaz de aproximar o cidadão a uma Força Policial, através da sua nobre presença que transmite segurança e paz.
“Ele possui a beleza sem vaidade, a força sem insolência, a coragem sem ferocidade. Todas as virtudes do homem sem os seus vícios. Foi o único amigo que tive a ventura de conhecer”.
Lord Byron
(Cabo Valério e Cabo Soares)