Uma ‘semi’ cronoescalada com final no Malhão vai decidir o vencedor da 51.ª Volta ao Algarve, com os ciclistas a enfrentarem, entre quarta-feira e domingo, um percurso com apostas ousadas, como uma ‘nova’ subida à Fóia.
A ‘Algarvia’ apresenta nesta edição um traçado inovador, apostando em novas soluções num percurso em que os locais de partida e de chegada das etapas se repetem relativamente a anos anteriores, com o inédito contrarrelógio da quinta e última tirada, que termina no alto do Malhão, a ser, sem dúvida, o principal destaque.
Até chegarem ao ponto mais alto de Loulé, onde estará instalada uma contagem de montanha de segunda categoria, os corredores percorrerão 19,6 quilómetros desde Salir, sendo os primeiros 17 essencialmente planos.
A tradicional subida ao Malhão será, em 2025, feita a solo pelos ciclistas, que tendencialmente deverão trocar a bicicleta de ‘crono’ no sopé, antes de enfrentarem os 2.600 metros de escalada, com uma pendente média de inclinação de 9,2%.
As inovações nesta 51.ª edição não se esgotam na derradeira etapa, decisiva para definir o sucessor do belga Remco Evenepoel – ausente desta edição, depois de ter sofrido uma queda grave em dezembro -, embora o arranque da única prova por etapas portuguesa do circuito UCI ProSeries seja idêntico ao de anos anteriores.
Portimão volta a acolher, na quarta-feira, a partida da primeira etapa, como acontece desde 2022, com o pelotão a pedalar 192,2 quilómetros até Lagos, onde a Avenida dos Descobrimentos deverá testemunhar uma discussão ao sprint.
A primeira novidade chega no dia seguinte, na segunda etapa, que começa em Lagoa e prolonga-se por 177,6 quilómetros até ao ponto mais alto do Algarve, a Fóia, no concelho de Monchique.
Ao contrário do que tem acontecido, a subida final, com 8,4 quilómetros de extensão, faz-se pela vertente norte da serra, com zonas de inclinação menos constantes e alguns troços de maior dificuldade, nomeadamente a 3,5 quilómetros do final, onde a pendente média é de 10%.
Esta nova opção faz também com que o pelotão ‘encadeie’ a escalada final com a subida da Pomba, cujo ponto alto dista apenas 3.100 metros das primeiras rampas da Fóia, onde está instalada uma contagem de montanha de primeira categoria.
À terceira etapa regressam as oportunidades para os sprinters, com os ciclistas a partirem de Vila Real de Santo António para uma viagem de 183,5 quilómetros que irá terminar em Tavira.
A quarta etapa apresenta-se ‘traiçoeira’, com os 175,2 quilómetros entre Albufeira e Faro a incluírem três contagens de montanha (as duas primeiras de terceira e a terceira de quarta) nos derradeiros 53 quilómetros, num traçado propício quer a sprinters que passem bem dificuldades ou especialistas em clássicas, sem descartar jogadas táticas dos homens da geral.
No final das cinco etapas da Volta, os corredores terão percorrido 748,1 quilómetros, com um acumulado de subida total de 11.795 metros, ideal para voltistas como Primoz Roglic (Red Bull-BORA-hansgrohe), vencedor em 2017, ou o estreante Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike), mas também para o português João Almeida (UAE Emirates).
Equipas:
– WorldTour: Alpecin-Deceuninck (Bel), Bahrain Victorious (Brh), Cofidis (Fra), EF Education-EasyPost (EUA), Groupama-FDJ (Fra), INEOS (GB), Intermarché-Wanty (Bel), Lidl-Trek (EUA), Picnic PostNL (Hol), Red Bull-BORA-hansgrohe (Ale), Soudal Quick-Step (Bel), UAE Emirates (UAE) e Visma-Lease a Bike (Hol).
– ProTeams: Caja Rural (Esp), Lotto (Bel) e Tudor (Sui).
– Continental: Anicolor-Tien21 (Por), AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense (Por), Aviludo-Louletano-Loulé (Por), Credibom-LA Alumínios-MarcosCar (Por), Efapel (Por), Feirense-Beeceler (Por), Gi Group-Simoldes-UDO (Por), Rádio Popular-Paredes-Boavista (Por) e Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua (Por).
Etapas da Volta ao Algarve em bicicleta:
19 fev: 1.ª etapa: Portimão – Lagos, 192,2 km.
20 fev: 2.ª etapa: Lagoa – Fóia (Monchique), 177,6 km.
21 fev: 3.ª etapa: Vila Real de Santo António – Tavira, 183,5 km.
22 fev: 4.ª etapa: Albufeira – Faro, 175,2 km.
23 fev: 5.ª etapa: Salir – Malhão (Loulé), 19,6 km. (CRI).
Total: 748,1 quilómetros.
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