Desde março de 2022, a EMARP tem promovido a valorização dos resíduos orgânicos em Portimão. Em dois anos e meio, o concelho valorizou 2.117 toneladas de restos de comida, refletindo o crescente compromisso dos portimonenses com a sustentabilidade e a transformação desta matéria em fertilizante 100% natural.
Em 2024, a EMARP encaminhou 853 toneladas de restos de comida para a Central de Valorização Orgânica da ALGAR, um aumento de 16,69% face às 731 toneladas de 2023. Apesar do progresso significativo, há ainda um longo caminho a percorrer para maximizar a separação e valorização deste fluxo de resíduos.
Apesar dos avanços na valorização orgânica, a EMARP alerta para “a elevada percentagem de resíduos indiferenciados que continua a seguir para aterro”. Em 2024, a empresa recolheu 30.200 toneladas de resíduos indiferenciados, representando 67,25% da produção total de resíduos do município. Esta situação é particularmente preocupante, uma vez que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) decretou “estado de emergência” nos aterros nacionais, que apresentam apenas 14% (em média) de capacidade restante.
Por outro lado, a recolha seletiva multimaterial registou um aumento de 5,36% face a 2023, com os munícipes a separarem 2.125 toneladas de plástico e metal, 2.861 toneladas de vidro e 2.688 toneladas de papel/cartão. Apesar deste crescimento, os valores estão ainda longe de atingir os níveis necessários para reduzir a quantidade de resíduos enviados para aterro.
A nível nacional, Portugal continua distante do cumprimento das metas de reciclagem estabelecidas pela União Europeia. A APA destaca que “os 35 aterros nacionais enfrentam uma situação crítica, com apenas 14% de capacidade restante”.
Apesar do aumento de 4% na taxa de reciclagem, o país deve garantir até 2025 a recolha seletiva de 55% dos resíduos urbanos e 65% das embalagens colocadas no mercado. Para alcançar este objetivo, é essencial que “todos repensemos o nosso consumo, reduzamos o desperdício, reutilizemos sempre que possível e separemos corretamente todos os tipos de resíduos, com especial ênfase na valorização dos resíduos orgânicos”.
Em 2025, a EMARP diz que continuará “a reforçar o seu compromisso com a recolha seletiva de resíduos orgânicos, com projetos e iniciativas que visam ampliar a separação e valorização desta fração”. O sucesso desta estratégia será fundamental para reduzir a pressão sobre os aterros e aumentar as taxas de reciclagem no município, consolidando Portimão como um exemplo de sustentabilidade.
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