O Dia Mundial da Bengala Branca, assinala-se esta sexta-feira, 15 de outubro, e a delegação do Algarve da ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal alerta para o perigo das trotinetes.
“Se os obstáculos que existissem na via pública não fossem já suficientes, para prejudicar a mobilidade e independência das pessoas cegas ou com baixa visão, eis que surge um novo para se juntar à extensa lista e aumentar o perigo de acidente”, adverte a ACAPO Algarve.
As trotinetes, agora na moda e rotuladas de transporte para uma mobilidade sustentável, estão a tornar-se insustentáveis para a deslocação dos peões com deficiência visual em particular e dos peões com mobilidade reduzida, em geral. Pelas ruas e avenidas das cidades são descartadas aleatoriamente, sem qualquer preocupação/ obrigação de as estacionar devidamente, de forma a não se transformarem num perigo para os peões.
Não raras vezes são deixadas no meio dos passeios, em pé ou caídas, ocupando toda ou quase toda a dimensão do passeio, prejudicando a mobilidade de todos os peões e impedindo a passagem daqueles que tenham dificuldade em contornar o obstáculo, ou não consigam fazê-lo sem depender da ajuda de terceiros (por exemplo, se implicar ter que descer/ subir o lancil) e daquelas que tenham dificuldade em localizar o obstáculo atempadamente (por não conseguirem visualizá-lo), aumentando consideravelmente o risco de queda e o medo de cair.
Amanhã assinala-se o Dia Mundial da Bengala Branca, que tem como objetivo afirmar a independência de mobilidade das pessoas com deficiência visual, e a Delegação do Algarve da ACAPO, alerta para “os perigos que as pessoas com deficiência visual correm diariamente, devido ao estacionamento indevido das trotinetes”.
Por um lado, e como já foi referido, “pela dificuldade em localizar atempadamente este obstáculo móvel (diferente de uma árvore ou poste de iluminação que não muda de lugar e é facilmente memorizado/ reconhecido num percurso habitual). Por outro, porque é muito instável e basta um pequeno toque da bengala branca para cair, provocando acidentes que poderiam ser evitados com um pouco mais de consciência e responsabilidade social dos seus utilizadores”.
“Se ao invés de descartarem as trotinetes de forma displicente e irresponsável, os utilizadores procurassem um local seguro para as estacionar, muitos destes problemas poderiam ser resolvidos”, salienta a associação, indicando que “os concessionários e as autarquias também poderiam implicar-se na solução do problema, criando bolsas de estacionamento e/ou programando o sistema, de forma a impedir o estacionamento das trotinetes em determinados locais, lembrando a máxima de que a liberdade de uns termina quando começa a liberdade de outros”.