A transformação digital da saúde deu um salto significativo por causa da covid-19. Ao mesmo tempo que ajudou a combater a distância física e o isolamento social, mostrou às pessoas, aos cuidadores, e até aos fornecedores, o potencial que a tecnologia tem para garantir uma saúde mais personalizada e democratizada, porque passou a chegar a mais pessoas e a quem não chegava antes.
Por exemplo, do lado dos doentes, foi visível um aumento das consultas por videochamada, mas também a descoberta de soluções e plataformas digitais que podem ajudar a melhorar as patologias, principalmente numa altura em que os hospitais e clínicas estavam sobrecarregados por causa da pandemia. Do lado dos prestadores de cuidados de saúde, começaram a usar-se aplicações como o Zoom para dar aulas ou para assistir e participar em cirurgias à distância, melhorando a formação. E, do lado dos fornecedores, recorreu-se à tecnologia para melhorar a logística, por exemplo, com recurso a drones para entregar medicamentos em zonas mais distantes, conta Sónia Santos, diretora responsável pela área de Saúde da Accenture Portugal.
É esta humanização da tecnologia na saúde que estará em debate esta quarta-feira, 12 de janeiro, num evento promovido pela Accenture e pela Expresso. Numa altura em que a saúde começa a entrar em áreas da tecnologia ainda mais avançadas do que as que já existem hoje, e permitem teleconsultas, marcações de exames através do telefone ou aulas por zoom. Por outras palavras, a saúde começa entrar na área da inteligência artificial.
Um dos convidados do debate de quarta-feira é Virgílio Bento, fundador e CEO da Sword Health, empresa portuguesa que desenvolveu uma plataforma de fisioterapia digital à distância para quem sofre de patologias músculo-esqueléticas. A plataforma é composta por sensores digitais que se ligam à zona do corpo que tem a dor, e por um tablet onde os doentes falam com o seu terapeuta que, através dos dados criados por esses sensores, monitoriza a evolução. Mas há ainda o caso do comprimido digital, composto por pequenos sensores que ajudam a monitorizar os efeitos que a terapêutica tem no paciente e a garantir que eles não se esquecem de o tomar. E peças de roupa que se ligam remotamente aos telefones e ajudam a detetar mudanças na pele.
“A tecnologia aplicada à saúde deixou de ser uma opção e passou a ser uma necessidade”, até em matéria de custos, porque a digitalização tem permitido baixar os custos dos cuidados de saúde e das próprias organizações, repara Sónia Santos. Mas, “para uma efetiva transformação digital no sector” é preciso “dotar as organizações de novas formas de trabalho, capacitando os profissionais com novas skills, adaptadas às novas tecnologias”, acrescenta. E é preciso apostar na “interoperabilidade dos dados clínicos”, ou seja, ter os dados clínicos dos pacientes disponíveis tanto nas unidades públicas como nas privadas, através de uma “Plataforma de Dados da Saúde”, conclui.
CEO Health Forum – “Humanizar os cuidados de saúde”
O que é?
São dois debates promovidos pela Accenture Portugal, em parceria com o Expresso, sobre a importância da tecnologia no setor da saúde e a forma como esta impacta as pessoas.
Quando, onde e a que horas?
O primeiro debate será online e acontece dia 12 de janeiro, quarta-feira, das 17h00 às 18h15. O segundo acontecerá na SIC Notícias, em data e hora ainda a definir.
Quem vai estar presente no primeiro debate?
- Sofia Marta, vice-presidente responsável pela área de Saúde e Administração Pública da Accenture Portugal
- Kaveh Safavi, diretor geral sénior da área de Global Health da Accenture
- Fernando Araújo, presidente do Centro Hospitalar Universitário de São João
- Virgílio Bento, fundador e CEO da Sword Health
- Rui Ivo, presidente do Infarmed
- Sónia Santos, diretora responsável pela área de Saúde da Accenture Portugal
Porque é que este encontro é central?
A pandemia veio acelerar significativamente a incorporação da tecnologia na saúde, o que levantou desafios tanto para quem presta os cuidados de saúde como para quem os recebe. Neste primeiro encontro pretende debater-se de que forma a tecnologia está a mudar a saúde e como pode e deve ser vista como uma vantagem em termos clínicos e económicos porque pode ser uma forma de poupar dinheiro, para as empresas e para os pacientes.
Onde posso ver?
Simples, é clicar aqui: https://ceoforum.pt/
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL