Entre 11 e 13 de outubro, Faro torna-se o epicentro da arte e da cultura com a quinta edição dos Open Studios Faro, organizada pela Na Mouche – Associação Cultural. Vinte e cinco espaços – entre estúdios, casas, associações culturais e institucionais – abrem as suas portas para acolher exposições e atividades de mais de 70 artistas locais e internacionais.
Este ano, o evento tem por mote o tema “Resgatar”, promovendo a revitalização do capital artístico do Algarve e a cultura como verdadeira moeda de resgate da comunidade.
“Após uma pausa de um ano e a transição para o formato bienal, os Open Studios Faro (OSF) regressam mais fortes e inclusivos”, explica a organização.
Esta edição promete uma experiência ainda mais acessível, com todas as atividades gratuitas e abertas ao público. Ao longo de três dias, 25 locais espalhados pela cidade e arredores acolhem exposições, conversas, oficinas, performances e encontros com artistas, reafirmando o compromisso de democratizar o acesso à arte.
Este ano, os OSF não só celebram a criatividade, como também enfatizam o resgate da cultura algarvia. “Queremos que a cultura seja uma verdadeira moeda de resgate, que alcance todas as esferas da sociedade. Ao envolver associações locais e artistas de diversas origens, estamos a trabalhar para integrar todas as vozes e perspectivas”, destacou Daniela Garcia, uma das coordenadoras do evento.
Uma das principais novidades desta edição é a grande exposição inaugural “Filling Tanks with Ghosts”, no dia 11 de outubro, às 17 horas, nos antigos armazéns da REFER, local de elevado potencial expositivo situado na Estação de Comboios de Faro.
Com curadoria do artista Miguel Cheta, a exposição reunirá trabalhos de 17 artistas nacionais, oferecendo ao público uma imersão na arte contemporânea.
Do roteiro deste ano dos OSF, 20 são estúdios abertos, dos quais seis são improvisados (“pop-up studios”), localizados em diferentes associações e espaços culturais da cidade.
Um dos principais destaques é o Consulado do Brasil, que recebe o pop-up estúdio de Jaqueline Arashida. Durante o evento, a artista vai realizar uma pintura colaborativa com o público que será doada à Associação Algarvia de Pais e Amigos de Crianças Diminuídas Mentais (AAPACDM), reforçando o compromisso dos OSF com a participação comunitária através da arte.
Outros estúdios pop-up incluem a Torre da Horta dos Cães, dinamizada pela associação Faro 1540, as associações arQuente, aeQuum, Alfa e a Refer Studios, que acolhem artistas convidados, não residentes em Faro, ampliando o alcance artístico por toda a cidade.
Para além do roteiro tradicional de visitas a estúdios, o evento deste ano alarga as atividades paralelas com uma programação focada na participação aberta à comunidade e para todas as idades.
Neste sentido, “os workshops pagos vão dar lugar a sessões gratuitas e colaborativas, reforçando a inclusão e o envolvimento de todos, sem barreiras económicas”, explicou Toma Svazaite, da organização.
Entre as atividades destacam-se a instalação coletiva para famílias “Domo da Polinização”, com a mediadora cultural Margarida Botelho, a oficina para crianças “Woodify”, de construção de candelabros em madeira, com Emerson Ekberg, a oficina “Histórias com Pontos”, dinamizada pelo Clube da Agulha, na Biblioteca Municipal de Faro, a mesa redonda sobre o processo criativo da peça “Hierarquia do Medo”, com o diretor artístico e coreógrafo noé, na Associação aeQuum, ou o encontro em casa do pintor Vicente de Brito.
Esta edição dos OSF junta-se também às comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, relembrando a importância da liberdade, da participação comunitária e da acessibilidade à cultura para todos.
“Nesta linha, quisemos promover um evento inclusivo, envolvendo várias associações locais que trabalham com grupos historicamente sub-representados e comunidades em contextos de maior fragilidade social, como é o caso da aeQuum (associação LGBTQ+) e da Associação de Saúde Mental do Algarve (ASMAL), que integram os seus utentes ou associados no processo criativo”,sublinhou Daniela Garcia.
Os Open Studios Faro 2024 apresentam-se como um espaço de criação, diálogo e partilha, celebrando a arte como um veículo de inclusão e resgate cultural.
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