Monika Stankiewicz impediu o final feliz de Matilde Jorge e celebrou a conquista do primeiro título profissional no Faro Ladies Open. A 13.ª edição do torneio internacional feminino (este ano um ITF W35) foi organizada entre os dias 13 e 20 de outubro pelo Centro de Ténis e Padel de Faro com os apoios da Câmara Municipal de Faro e da Federação Portuguesa de Ténis.
972.ª classificada no ranking WTA, Monika Stankiewicz não acusou a pressão de jogar pela primeira vez uma final no circuito internacional e logo frente a uma jogadora “da casa” e venceu a número dois nacional (366.ª WTA) por 7-6(3) e 6-3 — parciais que lhe permitiram concluir a semana, iniciada no qualifying, sem perder sets.
O Faro Ladies Open foi apenas o sexto torneio profissional de Stankiewicz, que ainda é a número 20 mundial de juniores, mas já não vai competir mais como sub 18.
Matilde Jorge jogou pela segunda vez uma final de singulares e sentiu mais o momento. Com dificuldades na pancada de serviço, a vimaranense de 20 anos não aproveitou nenhuma das duas oportunidades em que serviu para conquistar a primeira partida (5-4 e 6-5), cometendo inclusive duas duplas faltas — entre um total de 11 no encontro — na primeira ocasião. Depois, baixou novamente o rendimento no tie-break e Stankiewicz aproveitou para se aproximar do título, desgastando cada vez mais a tenista portuguesa, que para além de chegar à final mais cansada (e ainda a recuperar de uma constipação) teve quase sempre de procurar a iniciativa e lidar com a frustração de defrontar uma adversária extremamente consistente e que raramente lhe permitiu respirar.
“Ainda não acredito bem no que aconteceu, é muita coisa para processar”, admitiu, entre muitos sorrisos e algumas lágrimas, a campeã do torneio mais antigo do Algarve. “Estou muito surpreendida com o que consegui fazer esta semana porque apesar de ter ganho sempre em dois sets foi uma semana muito longa e muito exigente. Viajei sozinha, precisei de tratar de tudo por mim própria e para além de ser muito difícil é muito cansativo, mas consegui gerir bem a minha energia e mantive-me na minha bolha ao longo de toda a semana, sem distrações”.
“Fui mais calma nos momentos importantes e joguei de forma mais inteligente. Não hesitei nos momentos importantes e acreditei sempre. Corri para todas as bolas, nunca deixei que ela achasse que eu ia ceder mentalmente e isso fez a diferença porque ela também joga muito bem e eu sabia que se facilitasse não ia conseguir vencê-la”, acrescentou Stankiewicz, que tal como na véspera telefonou aos pais assim que concluiu o encontro.
O desfecho foi mais amargo para Matilde Jorge, mas a jovem portuguesa despediu-se de Faro com a cabeça erguida e satisfeita com a prestação: “Como é óbvio este não é o resultado que queria, mas agora que estou mais lúcida consigo perceber que tenho de estar orgulhosa de mim porque fiz uma boa semana. Tive bons encontros, rondas duras e hoje ela teve mérito porque jogou bastante bem. Esteve sempre muito estável, muito sólida. Eu sabia que tinha de lhe complicar as coisas para ver como é que ela reagia quando o encontro apertasse, mas à exceção do 5-5 em que me deu dois ou três pontos falhou muito pouco. Tentei forçar e se calhar às vezes forcei demasiado, porque também se torna mais exigente, mas não é suposto ser fácil e hoje ela mereceu”.
Para Matilde Jorge, a prestação no Faro Ladies Open vai traduzir-se numa subida de cerca de quatro dezenas de posições que a levará novamente à melhor classificação da carreira, cada vez mais próxima da estreia no top 300.
No caso de Monika Stankiewicz, a semana de sonho significará uma subida de quase 300 lugares, bem para dentro do top 700.
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