O festival Pé na Terra, que celebra a cultura lusófona, vai deixar a Fuzeta, no concelho de Olhão, e realizar-se pela primeira vez em Almancil, no concelho de Loulé, em setembro, disse a diretora.
Kelly Tonaco, diretora do Pé na Terra, explicou à agência Lusa que o festival foi criado em 2012 e realizou-se sempre na Fuzeta, em junho, mas a impossibilidade de crescer mais levou a organização a mudar a localização para a praia do Ancão, em Almancil, que acolherá pela primeira vez o festival entre 12 e 14 de setembro.
Desta forma, o Pé na Terra poderá “dobrar” a sua capacidade e superar a assistência máxima de 10.000 pessoas, nos três dias de festival, que já tinha esgotado a capacidade do recinto na Fuzeta, numa edição que contará com um cenário novo e os Baianasystem, grupo de afro rock brasileiro, como um dos principais cabeças de cartaz, destacou.
“A Fuzeta, apesar de ser o nosso berço e ser um lugar que sempre nos acolheu muito bem, ficou pequena para o festival e a gente ficou ali durante dois anos num impasse. Ou mantemos o festival assim, ou precisamos de ir para um outro espaço”, contou Kelly Tonaco, esclarecendo que, após contacto com várias câmaras e cidades, “Almancil foi a que melhor acolheu e recebeu a ideia” e acabou por ser a escolhida.
A diretora do evento classificou o Pé na Terra como um festival “ecológico”, de “celebração da cultura lusófona”, que vai, durante três dias (12, 13 e 14 de setembro), “resgatar” uma “cultura identitária” dos países de língua portuguesa.
O festival funcionará das 10:00 às 04:00 e, além da oferta musical, contará também com “workshops de vários ritmos tradicionais” dos países da lusofonia, como samba, forró, vira, corridinho ou funaná, exemplificou.
Os Baianasystem são uma banda que o Pé na Terra sempre “quis trazer ao festival”, porque a sua música é uma “celebração” e representação do “empoderamento” da cultura africana no Brasil, destacou a diretora do Pé na Terra, frisando que são um dos conjuntos musicais mais requisitados para o Carnaval da Baía.
Além dos Baianasystem, vão também estar presentes no próximo Pé na Terra os guineenses Orquestra Super Mama Djombo, Karyna Gomes, Micas Cabral e Manecas Costa, os portugueses Fado Bicha e Ana Lua Caiano, os brasileiros Trio Macaíba, elencou a diretora, ressalvando que ainda falta a organização anunciar “nomes importantes”, como, por exemplo, um artista de samba.
Sobre a passagem do festival de junho para setembro, Kelly Tonaco disse que foi feita para evitar que o Pé na Terra se sobrepusesse às datas do festival MED, marcado para Loulé, de 26 a 29 de junho.
“Precisámos de avançar [o festival] um pouquinho para frente [no calendário], mas acho que vai ser bom, porque ainda está bom o tempo”, considerou a diretora do festival de música e dança dos países de língua portuguesa.
A organização do Pé na Terra conta com o apoio da Câmara de Loulé e da Junta de Freguesia de Almancil.
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