A secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão visitou esta quarta-feira o Centro de Alojamento de Emergência Social (CAES) de Faro, que considerou ser um caso de sucesso que pretende “replicar” para outros pontos do país.
“Trabalhos como este têm de ser replicados. É um exemplo e queremos replicar”, disse Clara Marques Mendes durante a visita ao centro, gerido pelo Movimento de Apoio à Problemática da Sida (MAPS) e situado nos arredores de Faro.
A responsável pelas políticas de Ação Social reconheceu méritos ao Governo anterior, que criou a estratégia de construção de dois CAES experimentais, um em Faro e outro em Braga, mas sublinhou a correção a essa trajetória feita pelo atual executivo.
“Nós entendemos, assim que chegámos ao Governo, que havia uma estratégia, mas que […] não estava a ter a eficácia que deveria ter no terreno”, disse a secretária de Estado para justificar as alterações introduzidas.
Segundo a governante, anteriormente “não havia uma estreita articulação entre as várias entidades intervenientes”, devendo “haver uma maior articulação entre os municípios, as instituições e todos no terreno”.
“Nós vamos replicar, porque a estratégia existe, independentemente do Governo. A [nova] estratégia foi uma estratégia que nós criámos, este Governo criou, em estreita articulação com os municípios, com as várias áreas governativas”, disse Clara Marques Mendes.
A governante desvalorizou o facto de o atual executivo ser de gestão, defendendo que “não parou de trabalhar”.
“Nós continuamos a trabalhar aquilo que é possível fazer, e aquilo que é possível fazer são as situações inadiáveis e de emergência, e esta é uma delas”, afirmou, acrescentando que o CAES de Faro é “um bom exemplo” para ser levado “para outras localidades”.
O CAES algarvio tem 45 camas, no âmbito de protocolos com Segurança Social e com o Município de Faro.
O investimento neste equipamento social foi de 700 mil euros, com apoio do município (180 mil euros) e restante verba garantida pelo MAPS, entidade que apresentou o projeto do CAES, incluindo um empréstimo bancário de 310 mil euros.
Grande parte do mobiliário e material que equipa o edifício foi doado por várias empresas e hotéis, além de particulares.
Desde que foi inaugurado, há cerca de dois anos e meio, já foram acolhidas neste CAES 232 pessoas por períodos que podem ir, no máximo, até seis meses, dependendo da rapidez com que os casos mais problemáticos são resolvidos.
O centro permite acolher pessoas que, por qualquer motivo, ficaram sem casa ou se encontram em situação de crise, como casos de despejo de uma habitação ou de violência doméstica, e precise de uma resposta rápida.
“Estas pessoas tiveram a felicidade de receber esta ajuda e de passarem por aqui, mas há muitas outras que infelizmente não passaram”, disse o presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, também presente na visita.
Por seu lado, o responsável pelo centro, Fábio Simão, não escondeu o seu orgulho pelo trabalho desenvolvido desde a abertura das instalações: “Isto é um símbolo que, efetivamente, correu bem e que está a dar os seus resultados”, disse.
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