A Águas do Algarve está a investir em soluções para o tratamento e reutilização de águas residuais das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR). Esta água tratada será (re)utilizada para a irrigação de campos de golfe, uma iniciativa que responde aos desafios crescentes relacionados com a escassez hídrica, impulsionada pelas alterações climáticas.
“Diante do cenário atual de alterações climáticas, o nosso projeto de reutilização de águas residuais tratadas desempenha um papel crucial na adaptação às novas condições ambientais. É imperativo que desenvolvamos práticas que preservem os nossos recursos hídricos e garantam um uso eficiente da água, minimizando o impacto nas reservas naturais da nossa Região”, explica a Águas do Algarve.
Ao promover a reutilização de água tratada para a rega de campos de golfe, a Águas do Algarve está “a dar um passo importante na mitigação dos efeitos da escassez de água, ao mesmo tempo que contribui para a redução do consumo de água potável”.
O processo envolve tecnologias avançadas de tratamento, garantindo que a água reutilizada atenda aos mais altos padrões de qualidade, sem risco para a saúde ou o ambiente.
A Águas do Algarve informa em comuniado que está a avançar com a realização da empreitada para a construção das infraestruturas de produção, elevação e adução de ApR a partir da ETAR da Boavista, no concelho de Lagoa
O presente projeto visa munir “a ETAR da Boavista de infraestruturas de tratamento, elevação e adução de água para reutilização, designada por ApR. A água para reutilização, tendo em consideração o seu uso previsto, será da classe B de acordo com o Decreto-Lei n.º 119/2019, de 21 de agosto”.
Estão assim, assegurados “os requisitos da qualidade do efluente produzido e o devido transporte para a reutilização destinada a rega de campos de golfe, espaços verdes associados, bem como usos compatíveis com a qualidade da mesma, designadamente de rega, de usos paisagísticos, de usos urbanos e industriais. O valor de adjudicação da obra é de cerca de 1.014.000 euros”.
Atualmente, a ETAR da Boavista contempla o tratamento biológico por lamas ativadas em regime de arejamento prolongado com nitrificação/desnitrificação e remoção biológica e química de fósforo, materializada através de dois reatores biológicos com zonas anaeróbias (seletor anaeróbio), anóxicas e aeróbias e dois decantadores secundários, constituindo duas linhas de tratamento.
O tratamento biológico é antecedido de um tratamento preliminar, que compreende as operações de gradagem mecânica, elevação inicial e remoção de areias e de óleos e gorduras.
O investimento da ApR da Boavista justifica-se assim, pela contribuição para a melhoria do tratamento de águas residuais urbanas para a produção de ApR e a sua distribuição, a partir da ETAR de Boavista. Isto será possível através da construção de uma fase de tratamento adicional que permita a desinfeção das águas residuais e da execução de uma estação elevatória para águas residuais tratadas, que permitirá a adução da ApR ao ponto de entrega.
Tendo com principal objetivo possibilitar uma gestão integrada de recursos hídricos, em zonas consideradas de escassez, permitirá substituir a utilização anual de cerca de 0.5 milhões de metros cúbicos de água superficial ou subterrânea por água tratada reutilizável, assegurando um maior equilíbrio entre a procura e a disponibilidade do recurso hídrico, oferecendo uma resposta às crescentes pressões provocadas pelas alterações climáticas.
A Águas do Algarve prevê a conclusão deste projeto PPR ainda no ano de 2024.
O projeto tem como principais benefícios: mitigação da escassez hídrica: reduz a dependência de água potável na região que tem vindo a ser afetada pela redução das chuvas; contribuição para a adaptação climática: apoia a conservação dos recursos naturais em tempos de alterações climáticas; promoção da economia circular: ao reutilizar águas residuais, reduzimos o desperdício e otimizamos a gestão de recursos e manutenção de áreas verdes de forma sustentável: assegurando a rega eficiente e ecológica de campos de golfe.
Este projeto reforça o compromisso da empresa com as práticas de sustentabilidade, em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, e demonstra o seu papel ativo na resposta aos desafios globais da água num contexto de alterações climáticas.
Este investimento encontra-se incluído no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) 2021-2026, o qual afetou, inicialmente, uma verba de 23 milhões de euros para a submedida SM4 – Promover a utilização de água residual tratada (ApR), enquadrada no investimento RE-C09-i01- Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve, na componente 9 – Gestão Hídrica.
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