A Brisa arrancou com o projeto de Via Verde para carros elétricos esta quarta-feira. O objetivo é chegar a 40 munícipios de norte a sul do país até ao final do ano. Chama-se Via Verde Eletric. A concessionária de autoestradas está a trabalhar no desenvolvimento de uma aplicação que espera esteja pronta até ao verão, altura em que espera que sejam feitos cerca de 2 milhões de descarregamentos.
António Pires de Lima, presidente da Brisa, inaugurou esta quarta-feira os primeiros postos de carregamento elétrico ultrarrápido instalados numa autoestrada nacional, na área de serviço de Almodôvar da A2, uma iniciativa para assinalar o início da rede Via Verde Electric.
Os primeiros quatro postos, com uma potência de 350 kilowatts (kW), distribuídos pelas duas áreas de serviço de Almodôvar da A2 (tanto no sentido Norte-Sul como no sentido contrário), resultam de uma parceria entre a Brisa, a IONITY e a Cepsa e já podem ser utilizados pelos condutores.
Ao abrigo desta parceria vão ser instalados 12 postos de carregamento ultrarrápido nas áreas de serviço de Barcelos, na A3, de Estremoz, na A6, ambos em maio, e em Leiria, na A1, em julho.
António Pires de Lima sublinhou que “a descarbonização da economia é uma prioridade estratégica das empresas” que criaram a rede Via Verde Electric. “A criação da rede Via Verde Electric é um contributo significativo da Brisa para a transformação da mobilidade e para um transporte rodoviário sem carbono que todos desejamos. A parceria com a IONITY, e com a Cepsa, na rede Via Verde Electric, é uma demonstração de como as soluções colaborativas podem acelerar esta mudança”, sublinhou.
Até ao verão de 2021 vai ser possível atravessar Portugal de norte a sul sem emissões de carbono com a rede Via Verde Electric, que vai contar com 82 postos de carregamento elétrico em 40 áreas de serviço, com soluções de carga rápida (de 50 kW) e ultrarrápida (de 150 kW a 350 kW).
Além disso, até ao final do ano, a aliança entre a IONITY e a Cepsa na mobilidade elétrica vai permitir atravessar as fronteiras de Portugal e Espanha num carro elétrico. Esta aliança vai permitir cobrir as principais estradas urbanas portuguesas e espanholas, assim como as ligações rodoviárias ao continente europeu, com postos de carregamento ultrarrápido localizados em pontos estratégicos nos principais corredores peninsulares.
A cerimónia de inauguração do Via Electric contou também com a presença do secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, do CEO da Brisa Concessão Rodoviária, Manuel Melo Ramos, do country manager para Portugal e Espanha da IONITY, Allard Sellmeijer, e do CEO da Cepsa Portugal, José Aramburu.
A presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) e o Parlamento Europeu chegaram esta quarta-feira a um acordo político provisório que legisla o objetivo da neutralidade carbónica da UE em 2050 com uma redução de gases com efeito de estufa de pelo menos 55% até 2030, por comparação com 1990.
BRISA QUER ATINGIR ATIVIDADE COM ZERO EMISSÕES DE CO2 ATÉ 2045
António Pires de Lima anunciou ainda, citado pela Lusa, que o objetivo da empresa é de “até 2045” ter uma atividade “completamente neutral” em termos de emissões de dióxido de carbono para a atmosfera.
Mais cedo, “até 2030”, a Brisa tem “o compromisso de reduzir”, como efeito da sua atividade, “as emissões de dióxido de carbono em 60%”. Pires Lima salientou ainda que Brisa terá também a meta de “até 2045”, ou seja, “a cinco anos da data-limite a nível europeu”, atingir “uma atividade que seja do ponto de vista das emissões de dióxido de carbono completamente neutral” de emissões zero.
“É um desafio gigantesco”, considerou o gestor, realçando que, em 2019, “foram mais de 51 mil milhões de gases com efeito de estufa” para a atmosfera, emissões que precisam de ser reduzidas “até zero até 2050”.
A nível mundial, cerca de 16% foram provocados na área dos transportes, na mobilidade das pessoas, e, desta percentagem, cerca de 50% tiveram origem no transporte de veículos ligeiros e motas, explicitou.
No caso de Portugal, “o desafio é ainda maior, porque ”cerca de 24% do dióxido de carbono que emitimos para a atmosfera em 2019 teve origem nos transportes e portanto é um grande desafio que a Brisa agarra com toda a vontade” de, na próxima década, reduzir ”substancialmente a pegada de carbono na mobilidade”, frisou.
Rede de Carregamentos Elétricos Brisa
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso