A taxa de esforço das famílias para o pagamento da renda de uma casa em Portugal pode ir até aos 41%, revela hoje um estudo do idealista, indicando que em oito cidades a renda supera um terço do rendimento.
O estudo que cruzou os preços de arrendamento de março deste ano com a estimativa de rendimentos líquidos familiares nesse mesmo mês, permitiu concluir que em Setúbal (41%), Faro (39%) e Évora (38%) são as cidades que destinam uma maior percentagem dos seus rendimentos para pagar o arrendamento.
Em Bragança representa 18%, Portalegre (21%) e Leiria (21%), sendo estas as cidades onde se faz um menor esforço no pagamento da renda, sendo que na cidade de Lisboa é exigido 36% de esforço e no Porto 31%.
As contas do Idealista: Metodologia da Estimativa do Rendimento Líquido Familiar e Taxas de Esforço
A taxa de esforço mede o peso da habitação sobre o poder de compra da casa, por isso, os cálculos do idealista são feitos a partir do valor da habitação, seja para venda ou arrendamento, juntamente com as nossas estimativas de rendimento líquido familiar.
No caso do arrendamento, em particular, o Idealista mediu a taxa de esforço como a parcela anual do rendimento líquido da família destinada ao pagamento do arrendamento. Da mesma forma, no caso da venda, a taxa de esforço é calculada como a quota anual de rendimento líquido do agregado familiar que se destina ao pagamento de uma prestação de crédito de habitação “típica”, no sentido em que é estipulada com características médias em termos de duração e taxa de juros.
Os valores de venda e arrendamento vêm diretamente da fonte de dados do Idealista, que possui preços médios para cada cidade. Por outro lado, no caso do rendimento líquido familiar, na ausência de dados oficiais atualizados para cada cidade, o Idealista usou a sua série de modelos de aprendizagem automática, que combinam informações de várias métricas socioeconómicas de diferentes fontes (públicas e idealista). Os modelos do Idealista de machine learning são essencialmente do tipo random forest e com gradient boosting (CatBoost), e são treinados com dados acessíveis ao público: Portugal (INE e PORDATA).
Dado que as métricas apresentam diferenças em termos de amostra ou definição, o Idealista manteve a consistência entre as medidas utilizando modelos de satélite: um modelo intermédio que estima a dimensão média do agregado familiar, em termos do número de membros da família, a partir do número médio de quartos numa determinada zona. Dessa forma, o Idealista pôde converter a métrica de declaração de rendimento em rendimento familiar. Uma vez que os modelos tenham sido treinados, a inferência é gerada para poder imputar os níveis de rendimento por habitação noutras segmentações ou locais.
Os modelos do Idealista permitem obter uma estimativa fiável do nível de rendimento com relativa rapidez (frequência trimestral e sem demora na publicação) e com elevado grau de desagregação territorial, obtendo estimativas para cada bairro de cada cidade em Espanha, Itália e Portugal.
Uma nota importante: o Idealista diz verificar e rever regularmente os seus modelos para que se mantenha sempre um alto nível de precisão e fiabilidade.