O primeiro crematório do Algarve entrou em funcionamento em Albufeira, com a expectativa de fazer mais de 2.000 serviços por ano, disse hoje à Lusa fonte da empresa responsável pela estrutura.
“Havia uma necessidade enorme de um forno crematório no Algarve, porque é o única região do país que ainda não tinha uma estrutura deste tipo” afirmou à Lusa a sócia gerente da Cremal, Paula Ganhão.
O crematório mais próximo fica situado em Ferreira do Alentejo, no distrito de Beja, a cerca de 150 quilómetros de Albufeira, e já “apenas fazia uma cremação por dia”, o que obrigava as agências algarvias a dirigirem-se a Setúbal para efetuarem o serviço.
Paula Ganhão informou que a estrutura iniciou os testes para entrar em funcionamento em 13 de janeiro e passou à “fase operacional em 19 de março”, tendo já efetuado “cerca de 20 serviços”, cada um com o custo de 280 euros.
“A necessidade de um crematório na região levou as agências funerárias a acompanharem o processo de construção, procurando saber quando estaria disponível para prestar o serviço”, afirmou, adiantado que deverá haver algum mercado também do Baixo Alentejo.
No edifício, construído junto ao cemitério de Vale Pedras, em Albufeira, foram instalados dois fornos crematórios com capacidade para “10 a 12 cremações diárias, integrando no seu interior uma capela ecuménica e uma sala de despedida”, revelou.
No espaço exterior foram instalados jardins onde podem ser depositadas as cinzas que não forem solicitadas, com um depósito enterrado e estanque com 50 centímetros de diâmetro, explicou aquela responsável.
Paula Ganhão informou que a legislação portuguesa permite aos familiares ou amigos “levar as cinzas consigo”, guardá-las ou depositá-las onde quiserem, inclusive “deitar ao mar”.
A construção do crematório teve início em abril de 2019, após a adjudicação da obra pela Câmara Municipal de Albufeira, em novembro de 2017.
O valor do investimento ultrapassou os 600 mil euros inicialmente previstos, suportados totalmente pela empresa Cremal, que irá explorar o serviço durante os próximos 30 anos.
Devido ao estado de emergência decretado em Portugal não haverá atendimentos presenciais, apenas diretamente com as agências funerárias, salvaguardando sempre todas as medidas de proteção, tanto para os seus colaboradores, como para quem tem contacto com os mesmos.
A Cremal é uma empresa constituída apenas por capital algarvio, com seis sócios, constituída com o objetivo de concorrer aos concursos para a construções de crematórios em Faro e Albufeira.
No caso do crematório de Faro, e após um impasse de oito anos, a autarquia assinou um contrato para a concessão e exploração da nova estrutura em junho passado, com uma outra empresa, prevendo-se que possa começar a funcionar em setembro.
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