O número de desempregados inscritos nos centros de emprego aumentou 29,6% em dezembro em termos homólogos e 1,0% face a novembro, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).
De acordo com o IEFP, no final de dezembro, estavam registados nos serviços de emprego do continente e regiões autónomas 402.254 desempregados. Este número representa 69% de um total de 582.926 pedidos de emprego.
Em dezembro, o desemprego registado aumentou em todas as regiões, com destaque para o Algarve (60,8%) e Lisboa e Vale do Tejo (41,1%).
De acordo com os dados divulgados hoje, o total de desempregados registados foi superior ao verificado no mês de 2019 em 91.772 e face ao mês anterior em 3.967.
Segundo o IEFP, para o aumento do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2019, contribuíram todos os grupos de desempregados, com destaque para as mulheres, adultos com idade igual ou superior a 25 anos, os inscritos há menos de um ano, os que procuravam novo emprego e os que possuem como habilitação escolar o secundário.
No que respeita à atividade económica de origem do desemprego, dos 343.770 desempregados que, no final do mês em análise, estavam inscritos como candidatos a novo emprego, nos serviços de emprego do continente, 72,5% tinham trabalhado em atividades do setor dos serviços, com destaque para as atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio (28,7%), 20,2% eram provenientes do setor secundário, com particular relevo para a construção (6,3%).
Ao setor agrícola pertenciam 4,4% dos desempregados.
A nível regional, no mês de dezembro de 2020, o desemprego registado aumentou em todas as regiões do país.
Dos aumentos homólogos, o mais pronunciado deu-se na região do Algarve (60,8%), seguido de Lisboa e Vale do Tejo (41,1%) e da região da Madeira (31,3%).
Entre os jovens (com idade inferior a 25 anos), o desemprego aumentou 49,7% em termos homólogos (mais 14.752 jovens inscritos) e baixou 2,7% em termos mensais (com menos 1.246 jovens desempregados).
Segundo uma nota enviada pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, a taxa de cobertura de prestações de desemprego subiu para 60%, o valor mais elevado dos últimos 10 anos, e que representa um aumento de 4,9 pontos face ao mês homólogo e de 2,3 pontos face a novembro.
“É preciso recuar a agosto de 2010 para encontrar uma taxa mais elevada”, refere.
A relação entre desempregados abrangidos em medidas ativas e desempregados registados subiu para 27,2%, mais 1,6 pontos percentuais face ao mês de novembro (25,6%), sobretudo devido ao aumento da atividade formativa e estágios, sinaliza.
Os desempregados abrangidos por medidas ativas aumentaram 27% face a dezembro de 2019 e as ofertas captadas aumentaram 9% face a dezembro de 2019, para 7.771 ofertas, acrescenta.