“Não esquecendo o que já se perdeu até agora, sem dúvida que há uma perspetiva muito otimista nesta altura, com uma recuperação de 35 a 50% em agosto, por comparação com o ano passado, mas sem chegar a níveis de 2019”, disse à Lusa Daniel Alexandre do Adro.
Para o hoteleiro, a abertura das ligações com o Reino Unido, principal mercado do Algarve, são “excelentes notícias” reforçada pela “não abertura de mercados concorrentes”, como Espanha – incluindo as ilhas Baleares e Canárias -, Grécia, Turquia e Itália, o que coloca o país numa “posição extraordinária”.
“Neste momento, partimos à frente. Estamos bem posicionados para ter um excelente verão, no contexto atual e da nossa parte vamos fazer tudo por isso, para que o cliente seja bem recebido, com cumprimento da normas e a realização de testes nos hotéis para transmitir segurança, conforto e preparação ao turista”, referiu.
Daniel Alexandre do Adro revelou já ter havido um “acréscimo significativo de reservas”, mas apontou que o grande foco dos turistas continua a ser “no curto prazo”, revelando “a satisfação das pessoas de poderem fazer férias” e quererem fazê-las “já”.
O facto de vários países estarem a equacionar colocar Portugal na “zona verde” para o turismo poderá representar “um balão de oxigénio” para a região nos “típicos meses de férias dos europeus”, apontou.
As interrupções escolares britânicas, a acontecer no “final de maio, princípio de junho”, são para o dirigente uma “notícia muito boa” para o Algarve, numa demonstração de que se “concentraram em fazer férias em família e agora”.
Aquele responsável sublinhou que o setor está “interessado” em saber que efeito terá a visibilidade proporcionada ao destino Algarve neste momento, a médio e longo prazo, tendo em conta que a região aparece em destaque como destino para férias.
“Pela primeira vez, que me lembre, abrem-se as páginas dos principais operadores turísticos ingleses e o Algarve aparece como ‘o’ destino. Isto, aliado à abertura de rotas que não nos eram acessíveis anteriormente, porque havia outras prioridades de mercados, pode ter um efeito tanto no imediato, como a jusante, muito interessante”, realçou.
Como forma de “antecipação” das necessidades dos turistas, os hoteleiros estão a preparar parcerias com laboratórios para que os testes possam ser feitos nos hotéis dando “conforto e segurança ao cliente”, concluiu.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.319.512 mortos no mundo, resultantes de mais de 159,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.998 pessoas dos 840.493 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.