A taxa de ocupação média nas unidades hoteleiras no Algarve em março foi de 4%, pelo que este foi o pior março dos últimos 25 anos, revelou hoje a Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA).
De acordo com os dados provisórios avançados pela maior associação empresarial do setor, a taxa de ocupação global média por quarto na região registou uma quebra de 86% em relação ao mesmo período de 2020 e de 92,2% em comparação com 2019.
Segundo a AHETA, o mês de março foi o pior em nível de ocupação de quartos desde 1996, ano do início dos registos e da fundação da associação que integra a maioria dos hotéis e empreendimentos turísticos do Algarve.
O volume de vendas registou uma descida de 91,6% em relação a 2020 e de 94,8% relativamente ao mesmo mês de 2019.
No resumo da evolução mensal, a AHETA precisa que o mercado externo desceu 94,4% e o nacional acompanhou a tendência com uma redução de 21,6% nas unidades de alojamento do Algarve.
“Em valores acumulados dos últimos 12 meses a ocupação/cama regista uma descida média de 68,3% e o volume de vendas uma descida de 64,9%”, conclui a associação.
Os números refletem o impacto provocado pela pandemia de covid-19 que começou a fazer sentir-se no início do mês de março de 2020 na atividade turística em Portugal e no Algarve em particular.
A maioria das unidades de alojamento no Algarve encerraram em março de 2020, tendo 85% dos hotéis reaberto no início de julho. Mas, apenas 20% se mantiveram a funcionar no mês de dezembro.
Em agosto do ano passado, as unidades de alojamento turístico do Algarve chegaram a atingir taxas de ocupação média/quarto na ordem dos 60%, mas ainda assim inferiores em 33,8% em relação ao mesmo período de 2019.
De acordo com dados avançados pela associação de hoteleiros, em 2020 a procura externa caiu 75,1%, o que representou menos 14,2 milhões de dormidas e menos 3,2 milhões de hóspedes, tendo a procura interna descido 21,2% (menos 1,1 milhões de dormidas e menos 280 mil hóspedes).
A maioria das unidades de alojamento algarvias continua de portas fechadas, estimando que a abertura possa ser feita de forma gradual e de acordo com a evolução da situação pandémica em Portugal e na Europa, numa região que tem o britânico como o seu principal mercado emissor de turistas.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.853.908 mortos no mundo, resultantes de mais de 131,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.885 pessoas dos 823.494 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.