Um elemento da direção da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), contactado pelo Postal do Algarve, recusou-se a adiantar mais pormenores além dos que constam no comunicado sobre a demissão de Elidérico Viegas.
“O Algarve, o turismo português e o associativismo empresarial têm uma dívida de gratidão para com Elidérico Viegas que nada do que possa vir a acontecer apagará”, disse.
Viegas apresentou a sua demissão ao ser confrontado pela direção da AHETA sobre afirmações suas proferidas em entrevista ao Jornal o i.
A declaração do presidente da AHETA sublinhando que “os prémios atribuídos a Portugal como melhor destino turístico têm pouco valor pois são comprados”, terá sido a gota que fez transbordar o copo, apurou o POSTAL.
Contactado pelo nosso jornal, Elidérico Viegas, negou-se a prestar declarações sobre o assunto.
O comunicado foi assinado pela direção que integra os seguintes vice-presidentes: Pedro Lopes (Salvor, SA), Joel Pais (Solverde, SA), Reinaldo Teixeira (Garvetur, SA), Ruben Paula (JJW Hotels), Jorge Beldade (Marinotéis, SA), Luís Correia da Silva (Dom Pedro Golf, SA), Martinho Fortunato (Marlagos, SA) e José Queiroga Valentim (Pedras D´El Rei, SA), e refere que “em reunião imediatamente convocada” à publicação da entrevista, a direção ouviu as explicações do presidente Elidérico Viegas e “foi informada da sua intenção em se demitir deste órgão social da AHETA”.
Em recente entrevista que foi capa do POSTAL, Elidérico Viegas fazia o ponto de situação da atividade turística no Algarve referindo que mais de 80% dos hotéis estavam fechados e os restantes estavam sem clientes.
“Vivemos um cataclismo económico, social e financeiro” disse ao POSTAL o presidente da AHETA que relembrava que os números dos resultados turísticos apresentam-se ao nível de 1984.
Elidérico Viegas alertava que a recuperação plena da atividade turística só seria daqui a quatro a cinco anos, e apelava que “a região precisa de uma Programa Específico de Emergência”.
Recorde-se que já em finais de fevereiro, o desemprego subia 113% em relação a 2019 e já era cinco vezes maior do que a média no país.