O “Albufeira 21 – Summit” arrancou na tarde desta quinta-feira, juntando 30 participantes, entre palestrantes e oradores, com o intuito de debaterem as situações mais prementes da atualidade em diversas áreas do concelho, bem como apontar o que serão as grandes necessidades de futuro.
Foram cinco as áreas abordadas: Ação social, Saúde, Património Natural e Cultural, Juventude e Desporto e Segurança e Proteção Civil. Todos os intervenientes salientaram que a lição que se retira desta pandemia é a importância de se trabalhar em rede e que para o efeito, os meios digitais em muito contribuem para a sua eficácia, sendo por isso duas áreas a apostar no futuro.
A sessão de abertura, pelo presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo ficou marcada pela necessidade de dar uma maior e melhor resposta a uma das agendas fundamentais do Plano 2030: as pessoas. O autarca destacou que foi a política financeira que implementou no passado que permitiu ao Município enfrentar a crise: “ninguém fica para trás, o Município tem uma responsabilidade coletiva e de solidariedade, que nesta época difícil que enfrentamos nos permitiu apoiar as famílias, as empresas, as associações e as IPSS, a economia circular e continuamos empenhados para que o concelho não pare. Albufeira tem a obrigação de estar preparada para seguir em frente”.
José Carlos Rolo referiu que este encontro é fundamental porque reúne um conjunto de 80 especialistas em diferentes áreas que nos vão ajudar a pensar o futuro. “Temos que saber ouvir quem sabe mais do que nós para nos ajudar a agir. Este é o momento de ficar lado a lado e discutir questões essências para o nosso futuro na área da Ação Social, Saúde, Segurança, Cultura e Juventude, Segurança, alterações climáticas, mudanças de comportamentos gerados pela pandemia, o que irá implicar novas formas de atuação e enormes desafios”.
Na área da Ação Social, foi salientada a necessidade de haver uma reflexão sobre os efeitos da pandemia na saúde mental dos utentes das instituições, colaboradores e famílias e repensar os “contextos laborais e formativos” da população.
Quanto à Saúde, Paulo Morgado, Presidente da ARS – Administração Regional de Saúde do Algarve, alertou que a seguir a esta pandemia, ”de certeza que outras virão”. Sobre Albufeira referiu haver 53 mil pessoas frequentadoras dos Cuidados de Saúde Primários e que falta ainda cobrir 10% da população que não tem médico de família.
O grande desafio, “agora que as autarquias têm responsabilidade na área da Saúde”, passa por “incrementar a telemedicina, a telemonitorização, ou seja, usar os meios informáticos para dar uma melhor resposta às necessidades das pessoas. Uma linha de futuro passa não só pela personalização, mas também pela capacidade de tratar problemas com eficácia à distância e isso só com telemedicina e telesaúde”, referindo por fim estarem previstos cerca de 470 milhões de euros na União Europeia para esta área.
No que respeita ao Património Natural e Cultural, foi salientado pela diretora regional da Cultura, Adriana Nogueira, que “trabalhar em rede é fundamental no desenvolvimento que se deseja para o Algarve”. No que se refere ao Geoparque Algarvensis, Luís Pereira, o responsável municipal pela candidatura do mesmo à UNESCO, referiu que “a geodiversidade do território permite uma maior coesão territorial entre barrocal e a serra”, constituindo um dos grandes pilares para o Geoturismo, a partir da valorização do território, da ciência e das pessoas e suas tradições.
Custódio Moreno, da Direção Regional da Juventude e Desporto. salientou a necessidade de se conferir maior empowerment à juventude, pensando o futuro com os jovens e não pensando em soluções “para”os jovens. O presidente da Federação de Voleibol, Carlos Coimbra apontou que Albufeira tem que recuperar os espaços de convívio nas ruas e que isso passa por estratégias a pensar nas pessoas, quer ao nível dos espaços das escolas, quer, por exemplo, “das praias, excecionais para serem otimizadas para o convívio ao longo de todo o ano, para caminhar, fazer yoga, futebol, futevólei, ou seja, fazer da praia o parque da cidade”.
Quanto à Segurança e Proteção Civil, foi salientado estarem já definidos os principais riscos. Implementar a videovigilância, o “patrulheiro digital” e repensar os horários dos estabelecimentos de bebidas, foram algumas das medidas consideradas importantes pelos oradores envolvidos neste painel.
Reposicionar o quartel do Bombeiros Municipais, criar instalações da Proteção Civil mais próximas das populações e dotar a Polícia Municipal de mais competências que não sejam só as de fiscalização, foram outras das principais sugestões deste painel, que contou com as participações do Comandante Vaz Pinto, do Comandante dos Bombeiros Voluntários de Albufeira, António Zua, do Comandante da Polícia Municipal de Albufeira, José Nascimento, bem como do Tenente Henriques, da GNR e o Comandante Gonzáles da Polícia Marítima, Fernando Martins, da Cruz Vermelha e Leonor Teixeira, do Serviço Municipal de Proteção Civil, num painel moderado pela vereadora responsável por esta área, Cláudia Guedelha.
É possível rever na íntegra este primeiro dia do “Albufeira 21 – Summit” aqui.
Esta sexta-feira, os trabalhos começam às 09:00, com um painel sobre Turismo.
Conheça o restante programa, aqui.
O POSTAL é Media Partner do Albufeira 21 Summit.