A tartaruga Quinas, resgatada no passado dia 20 de junho, na Meia Praia em Lagos, já está de volta ao mar. O animal esteve em reabilitação no Porto d’Abrigo – Centro de Reabilitação do Zoomarine, durante cerca de mês e meio. O transporte do Quinas foi feito com o apoio do Zoomarine e da Marinha Portuguesa.
O POSTAL esteve presente na devolução do Quinas ao mar.
Antonieta Nunes, enfermeira veterinária do Zoomarine, foi uma das primeiras pessoas a chegar perto do Quinas quando o animal deu à costa, preso em cabos de pesca. Ao POSTAL disse que “as maiores dificuldades tiveram a ver com a própria espécie, pois esta é uma tartaruga que não tem uma carapaça dura e então não tem as mesmas proteções que outras tartarugas têm, portanto, bastam pequenas abrasões para se desenvolverem lesões”.
A enfermeira veterinária referiu ao POSTAL que “o grande desafio foi conseguir manter o Quinas em segurança no Centro de Reabilitação o tempo necessário para que ele estivesse com condições para voltar ao mar”.
O animal foi devolvido ao mar a bordo de um navio da Marinha Portuguesa (NRP António Enes), com o apoio do Comando da Zona Marítima do Sul.
Élio Vicente, biólogo do Zoomarine, disse ao POSTAL que a devolução
“correu muito bem para o Quinas, não obstante ter demorado uns minutos mais do que estava previsto e ter ficado ligeiramente preso numa cinta durante uns dez segundos, que para mim representaram três horas”.
“Uma das coisas mais bonitas foi que quando o Quinas regressou ao mar não teve necessidade de nadar nem de afundar imediatamente. Foi um processo muito natural e sereno”, reforça o responsável.
O Quinas foi lançado ao mar juntamente com um aparelho de satélite.
“Vai ser possível acompanhar o percurso do Quinas. Talvez hoje ao final do dia já tenhamos acesso aos dados de satélite e, portanto, já começa a ser construído um mapa online, onde será possível acompanhar a progressão do animal”, acrescenta Élio Vicente.
O biólogo salienta ainda que “o Quinas ensinou-nos muito nas últimas semanas, pois foram dias de constantes desafios”.
“É um sentimento de missão cumprida. Hoje, quando voltarmos ao Centro de Reabilitação, aquele espaço vai ter uma energia diferente, mas temos todo um trabalho para continuar a desenvolver junto dos outros animais que estão a ser reabilitados”, refere Élio Vicente, de forma nostálgica e com um notório brilho no olhar.
O Quinas já está de volta ao seu habitat natural. A sua nova vida começou esta quarta-feira, 7 de agosto, que se espera que seja longa e feliz.
(Stefanie Palma / Cristina Mendonça)