A paixão pela música juntou-os, a amizade uniu-os e as raízes mantêm nos próximos. Os Fuza Flowz prometeram e cumpriram: chegou o primeiro álbum da banda algarvia, que traz novos temas, pautados pela diferença e juntando influências do rock, rap, reggae ao R&B. “Raízes” é o nome do primeiro trabalho dos seis jovens que mantêm viva a ligação ao Algarve.
Para além da diversidade das músicas, também as idades dos membros da banda se afastam. O membro mais novo tem 18 anos e o mais velho 33. São alguns anos de experiência diferentes, que acabam por unir ainda a banda. A juntar a isto, todos têm outras ocupações profissionais, mas tentam contornar estas questões para comparecer nos ensaios e concertos, algo que “nem sempre é fácil”, revelam.
A banda formou-se em 2019. Já passaram por vários sítios da região sul de Portugal e pretendem ir mais longe. Numa entrevista realizada pelo POSTAL em 2019 prometeram “conquistar os algarvios” e a missão aproxima-se cada vez mais de ser cumprida. Flame (Flávio Fernandes), Orlnd (Orlando Silva), Ruski (Anton), Placas (Tiago Martins), Kameny (Carlos Andorinha) e Luís Santos aproveitaram a quarentena e o tempo livre que tiveram para trabalhar. Neste novo álbum, os Fuza Flowz juntam “baladas e músicas em memória de pessoas da Fuseta”.
O novo álbum, com o nome “Raízes”, já tem gravados, até à data de publicação da entrevista, três videoclips. A aposta dos Fuza Flowz tem sido no digital, uma vez que “a música ficou muito visual” e o YouTube acaba por ser uma janela aberta a novas oportunidades e novos seguidores da banda.
“Chillar” é uma das novidades da banda
O POSTAL teve oportunidade de assistir à gravação de um videoclip, cuja música irá precisamente para o ar no dia de publicação desta entrevista. O sol iluminou as imagens da banda, compondo um cenário descontraído e animado entre amigos. A música que estava a ser gravada chama-se “Chillado” e tem por trás uma história. Os Fuza Flowz explicam que a letra “fala de momentos que estamos a sós connosco próprios”. É um espelho da calma e “pode relacionar-se com os tempos de pandemia e o sossego que temos de procura, para não ficar preso no stress”.
A música, por si só, já é sinónimo de um momento íntimo e de alienação, mas a banda algarvia reforça que “Chillado” mostra como podemos “desligar-nos do real”. Questionados sobre outra mensagem da música, um pouco mais “subliminar”, o grupo explica que esta música pode ser a esperança de melhores dias. Como sempre, a banda mantém as ligações ao Algarve – ou não fosse “Raízes” o nome do álbum – e traz-nos imagens da vila da Fuseta, contempladas com um drone que captará de um ângulo diferente tudo o que se passou. Nas gravações, a banda mostra-se a tocar no palco da União de Freguesias de Moncarapacho e Fuseta.
Apesar do novo álbum ainda estar “fresco”, os Fuza Flowz confessam que já têm novos projetos para o futuro. Já existem letras escritas e, apesar da pandemia, os seis jovens mostram-se confiantes com o futuro e com o regresso aos palcos, ainda incerto. Do Algarve para o mundo, os Fuza Flowz prometem manter vivas as suas raízes e a vontade de mostrar que “na região algarvia, também se fazem coisas boas”.