A execução dos fundos comunitário do Programa Operacional Regional do Algarve 2014-2020 atingiu 50,26% em julho, depois de uma “aceleração” verificada “nos últimos oito meses”, anunciou a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve.
A CCDR do Algarve é a entidade gestora dos fundos comunitários disponíveis para o distrito de Faro e destacou que, além da taxa de execução de 50,26%, o mês de julho terminou com uma taxa de compromisso de 102,59%.
“Nos últimos oito meses, a aceleração na execução do Programa Operacional Regional foi muito significativa, quer na aprovação de novos projetos e investimentos, passando a taxa de compromisso dos 85,9% para os atuais 102,6%, quer na execução dos projetos aprovados, que aumentou dos 39% registados em novembro de 2020 para um valor superior a 50% registados no final de julho de 2021”, quantificou a CCDR num comunicado.
O presidente da CCDR do Algarve, José Apolinário, disse à agência Lusa que estes números são o resultado de uma colaboração entre diversas entidades, mas realçou que a região deve ainda “acelerar a execução” para poder aproveitar os fundos disponíveis, sobretudo na área da inovação e desenvolvimento.
“Este quadro financeiro plurianual tem de estar executado até 2023, portanto, neste momento a região, como um todo, tem de acelerar a execução. Tem havido um esforço concertado entre a CCDR, os municípios e a AMAL [Comunidade Intermunicipal do Algarve], as Misericórdias, as IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social], a Cultura, as empresas e a Universidade para acelerar a execução”, afirmou José Apolinário.
A mesma fonte frisou que o objetivo da CCDR “continua a ser aproximar-se dos 60% até final do ano, em termos quantitativos”, mas considerou que “o maior desafio que a região tem nesta fase é canalizar mais verbas para inovação”.
“Além de melhorar a execução quantitativa, é preciso canalizar mais investimentos para a área da inovação e para atividades que criem emprego, nomeadamente na atividade de respostas que criem emprego na economia social”, acrescentou.
O presidente da CCDR comparou os dados regionais do investimento de fundos comunitários para inovação com os nacionais para justificar a necessidade de aumentar a aposta nesta área.
“No ano de 2019, o investimento em investigação e desenvolvimento foi, na região, de apenas 0,41% do Valor Acrescentado Bruto regional. São apenas 41,3 milhões de euros, em 2019, quando, a nível nacional, foi de 1,4% e as recomendações da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico] é para chegarmos a 3%, em 2030”, quantificou.
José Apolinário sublinhou que, embora os economistas considerem que a existência de “muita prestação de serviços e turismo” no Algarve “não permite ter estes níveis [de investimento] em inovação”, é necessário haver um reforço do investimento nesta área.
“Apesar da importância do turismo na região, temos de reforçar a área do investimento em inovação e este é, para nós, o grande desafio que também se coloca”, disse ainda o presidente da CCDR.
O Programa Operacional Regional 2014-2020 conta com “uma dotação de 318 milhões de euros em fundos comunitários”, compostos por por 231 milhões provenientes do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e 87 milhões do Fundo Social Europeu (FSE), referiu a CCDR.