A covid-19 é uma doença, provocada por um vírus, que ataca mais fortemente algumas pessoas com menos resistências naturais ou diminuídas por outras doenças.
A imunidade de grupo começa a existir quando pelo menos 60% da população tenha sido infetada. Portugal tem mais de dez milhões de habitantes, portanto só começa a haver imunidade de grupo quando seis milhões tenham sido infetados, por agora só foram infetadas cerca de quarenta mil pessoas, 0,4 % da população total, estamos ainda muito longe da imunidade de grupo. Contrariamente à competência de quem disse que “… há pouca probabilidade de aquele vírus chegar cá…” digamos que todos vamos ter a covid-19, novos e velhos, e muitos morrerão antes de existir cura ou vacina, como não se trata de uma “doença de velhos” muitos novos também morrerão.
Para além das graves consequências económicas e sociais, surgiram as histerias. A primeira foi a do papel higiénico, talvez a preverem a porcaria que alguns políticos iriam fazer. Uma das mais recentes é a histeria dos convívios de pessoas ainda jovens, creio que o raciocínio dessa gente é o seguinte: “vamos aproveitar agora que os velhos estão entretidos com a doença”. Uma explicação possível é que esses ‘iluminados’ estão habituados a fazer só porcaria, aprenderam sabe-se lá com quem.
A histeria das regras, normas, proibições, restrições, autorizações, e planos de contingência, muitas vezes sem aderência à realidade, quando muitas vezes bastaria ter bom senso. Por exemplo, como é que alguém consegue manter o distanciamento social num infantário? Eu não conseguiria porque não tenho o ordenado de técnico altamente qualificado à sombra da política.
Outra histeria é a prioridade dada à economia pelos presidentes dos Estados Unidos e do Brasil, bem como os seus seguidores. Talvez as suas atitudes perante a epidemia conduzam aqueles países a não terem uma segunda vaga tão grave como o resto do mundo porque a maioria da população vai ficar doente nesta primeira onda de propagação da doença. Se assim for, aquelas economias recuperarão mais rapidamente dando razão àqueles a que chamamos irresponsáveis.
Quando Bolsonaro disse que “… todos vamos adoecer, alguns vão morrer, e depois?”, até parece que tinha razão, não pelos motivos subjacentes ao seu raciocínio, mas porque somos seres vivos integrados na natureza de um planeta em declínio.