O 32.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo vai regressar a Albufeira oito anos depois e realiza-se sob o tema “O Turismo tem futuro”, antecipando a retoma de um dos setores mais afetados pela pandemia, anunciou a organização.
O congresso regressa à principal região turística portuguesa entre 11 e 13 de novembro, de forma presencial, e prevê reunir várias centenas de participantes para debater o futuro da atividade e fomentar a troca de experiências entre profissionais, após um ano de interregno devido à pandemia de covid-19, salientou a organização na apresentação do evento, que decorreu no salão nobre da Câmara de Albufeira.
A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) é a promotora do congresso e o seu presidente, Raul Martins, agradeceu à autarquia algarvia a “disponibilidade” para apoiar o evento e “fazer regressar o maior congresso nacional de Hotelaria e Turismo à região do Algarve e a Albufeira, onde há oito anos se realizou o 25.º congresso com grande sucesso”.
O presidente da AHP recordou que o setor vive “há mais de 15 meses tempos complexos e difíceis” que “ainda não terminaram”, mas considerou ser “tempo de olhar para a frente” e “de pensar o turismo do futuro” quando a retoma se efetivar, “a partir de 2022”, e reconheceu que há “riscos” na promoção de um evento deste tipo “já em 2021 e presencial”.
“Muitos poderão pensar que ainda é cedo, sobretudo pelo facto de estarmos demasiado envolvidos com a temática da pandemia, o que poderia levar a que nos focássemos no passado recente e no presente, mas também sabemos que é chegado o momento de debater o setor e o que queremos para ele no futuro”, justificou.
Raul Martins considerou que vai ser possível “analisar as lições apreendidas”, mas também de “apontar caminhos que coloquem o turismo na linha da frente da recuperação económica de Portugal, como no passado recente aconteceu”.
“Também o local para este congresso não foi escolhido ao acaso, o Algarve é a região mais turística a nível nacional, responsável em 2019 por cerca de 33% das dormidas de estrangeiros no país e com proveitos globais superiores a 1.200 milhões de euros, e que tem em Albufeira um dos seus principais polos turísticos. Por isso acreditamos que iremos ter um grande congresso que será o ponto de partida para o reencontro de todo o setor da hotelaria e turismo com aqueles que nos procuram”, argumentou.
Participaram também na cerimónia de apresentação do congresso o presidente da Câmara de Albufeira, José Carlos Rolo, e o presidente da Região de Turismo do Algarve, João Fernandes, que classificou o congresso, num “período especialmente sensível para o setor e a região”, como “momento marcante” para a atividade.
“E o tema não podia ser mais feliz”, disse, garantindo que “o turismo tem futuro” e que, nos últimos oito anos antes da pandemia, “cresceu sempre acima do PIB global, portanto, muito acima do PIB português”, sendo “Portugal considerado como um dos países mais competitivos do mundo neste setor”.
João Fernandes afirmou que “Portugal tem-se destacado no turismo e o Algarve é a referência principal turística nacional, com inúmeros reconhecimentos em vários segmentos da oferta”, embora a atividade seja alvo de críticas.
“Olhando para o contributo no PIB, no emprego e nas exportações, não há outro setor que tenha a capacidade até 2023, quando o turismo se perspetiva que esteja nos níveis de 2019, de colmatar o ‘gap’ das perdas com o turismo”, sustentou, realçando o papel importante do setor na saída das crises anteriores.
Em “crises marcantes, o turismo foi recuperando e aumentou a sua intervenção” e “não vai ficar para trás, pelo contrário, será mais uma vez a vanguarda, seja em questões de sustentabilidade, seja em questões de transição digital”, disse ainda João Fernandes.