Quando todos apostavam num ‘bis’ de Fabio Jakobsen (Deceuninck-QuickStep) ou na primeira vitória da temporada de Alexander Kristoff (UAE Emirates) ou de Elia Viviani (Cofidis), foi Cees Bol a arrancar a 300 metros da meta para acrescentar uma quarta linha ao seu currículo, naquela que é a sua segunda época como profissional.
“Não diria que esta vitória foi uma surpresa, porque na primeira etapa senti-me forte e sabia que teríamos, muito provavelmente, o ‘comboio’ mais eficaz para lançar o sprint. Não foi uma surpresa, mas quando ganhamos é sempre uma sensação fantástica”, disse o exultante holandês.
O jovem da Sunweb superou não só os nomes grandes do ‘sprint’ – Jakobsen foi terceiro, Kristoff quarto e Viviani sétimo, com outro clássico da velocidade, Sacha Modolo (Alpecin-Fenix, a ser segundo -, mas também o ‘marasmo’ dos 201,9 quilómetros entre Faro e Tavira.
“Foi uma etapa um pouco aborrecida em alguns momentos, mas o tempo está bom e para o resto da temporada é bom ter quilómetros nas pernas, ainda para mais com este desfecho”, pontuou Cees Bol, que cumpriu a terceira etapa em 5:00.01 horas.
A mais longa tirada desta edição ‘convidava’ a uma fuga e o português Tiago Antunes (Efapel), o russo Aleksandr Grigorev (Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel) e o espanhol Gotzon Martín (Fundación-Orbea) não esperaram muito para iniciá-la, adiantando-se logo aos cinco quilómetros.
Pelo terceiro dia, um trio animou a jornada, sendo perseguido por um pelotão comandado pelas equipas dos ‘sprinters’, nomeadamente pela Cofidis, apostada em contrariar o domínio da Deceuninck-QuickStep e levar o campeão europeu, o italiano Elia Viviani, à vitória.
Faltavam 20 quilómetros para a meta quando os fugitivos, que tiveram uma vantagem máxima de quatro minutos, foram absorvidos e a corrida acelerou implacavelmente, sob a batuta da UAE Emirates, da Deceuninck-QuickStep e da Sunweb, rumo à avenida Zeca Afonso, onde uma longa reta da meta aguardava os homens mais rápidos do pelotão e os festejos de Cees Bol.
Cumprido o sprint da ‘praxe’, o último da 46.ª edição, a classificação geral manteve-se praticamente imutável: Remco Evenepoel (Deceuninck-QuickStep) continua de amarelo, com o mesmo tempo que o alemão Maximilian Schachmann (Bora-hansgrohe), enquanto Rui Costa (UAE Emirates) desceu à quarta posição, por troca com Daniel Martin (Israel Start-Up Nation), estando ambos a dois segundos do primeiro.
O belga, de 20 anos, terá no sábado o primeiro grande teste à sua liderança, na subida ao alto do Malhão, que vai coroar uma ligação de 169,7 quilómetros com partida em Albufeira.