Erros administrativos e fiscais são situações que muitos contribuintes enfrentam, e quando se trata das Finanças, saber como proceder pode ser crucial para evitar prejuízos. Submeter uma reclamação é um direito de qualquer cidadão que se sinta injustamente tratado, e o processo, ainda que burocrático, pode ser simplificado ao seguir certos passos.
A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) gere uma ampla gama de funções, incluindo a recolha de impostos, a emissão de faturas e a execução fiscal. No entanto, como qualquer instituição, também está sujeita a falhas que podem afetar diretamente o bolso e a tranquilidade dos contribuintes.
Tipos de erros mais comuns
Entre as situações que costumam motivar reclamações encontram-se:
- Erros de cálculo no IRS – Muitas vezes, o cálculo do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) contém erros, seja pela introdução incorreta de dados, pela ausência de deduções fiscais ou até por falhas do sistema.
- Cobrança indevida de impostos – Em alguns casos, os contribuintes recebem notificações para pagar impostos já regularizados ou indevidamente cobrados.
- Execuções fiscais indevidas – Processos de execução podem ser abertos incorretamente devido a um erro nos dados ou a uma falta de atualização dos sistemas.
- Erros na emissão de faturas ou recibos – Pode ocorrer que as faturas ou recibos emitidos estejam em nome de outra entidade ou com valores errados.
- Problemas com reembolsos – Erros no valor do reembolso ou atrasos injustificados em pagamentos, como os relativos ao IRS ou IVA, também são fonte de reclamações.
- Aplicação incorreta de benefícios fiscais – Quando os benefícios fiscais não são aplicados de forma correta, o contribuinte pode perder deduções que lhe são devidas.
Como submeter uma reclamação
O processo de submissão de uma reclamação às Finanças pode parecer complexo, mas com organização e atenção aos detalhes, é possível evitar erros e garantir uma resposta célere.
- Confirme a situação – Antes de reclamar, assegure-se de que houve, de facto, um erro. Verifique todas as comunicações, faturas e notificações das Finanças. No caso de cálculos fiscais, pode ser útil consultar um contabilista.
- Reúna documentação de suporte – Toda a documentação relevante (faturas, recibos, extratos bancários) deve ser reunida. Este material serve como prova para fundamentar a sua reclamação.
- Aceda ao Portal das Finanças – A maioria das reclamações pode ser feita online através do Portal das Finanças. Procure as opções “Contacte-nos” ou “E-balcão”, onde poderá iniciar o processo.
- Submeta a reclamação – No “E-balcão”, selecione a categoria mais adequada (por exemplo, “IRS”, “IVA”, “Execuções Fiscais”) e descreva o problema de forma clara e objetiva. Inclua toda a documentação relevante como anexos.
- Acompanhe o estado da reclamação – Após a submissão, pode acompanhar o estado da reclamação no Portal das Finanças. As Finanças devem responder num prazo razoável, embora a resposta possa demorar, dependendo da complexidade.
- Resposta das Finanças – A resposta será enviada através do Portal das Finanças ou por correio. Em caso de deferimento, o erro será corrigido e, se aplicável, será emitido um reembolso. Caso o pedido seja indeferido e o contribuinte discorde, pode recorrer ao Tribunal Tributário.
Recurso ao Tribunal Tributário, se necessário
Se a reclamação não for resolvida a seu favor, pode recorrer ao Tribunal Tributário. É recomendável que, para este passo, recorra a apoio jurídico especializado, pois os processos tributários exigem conhecimentos específicos.
A importância de uma comunicação clara e documentação rigorosa
Reclamar contra um erro das Finanças é mais do que um direito: é uma forma de assegurar que os direitos dos contribuintes são respeitados e que a justiça fiscal é aplicada. Uma queixa bem fundamentada e detalhada tem maiores hipóteses de sucesso, aumentando a probabilidade de resolução favorável do caso.
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