As chamadas de atenção feitas pela autarquia de Faro à Infraestruturas de Portugal sobre a necessidade de manter um acesso pedonal entre a cidade e o Areal Gordo caíram em saco roto e o viaduto sobre a Variante Norte a Faro, que ligará a cidade a Pechão, está prestes a ser concluído sem acesso pedonal.
Ao POSTAL o autarca farense, Rogério Bacalhau, tinha afirmado a sua preocupação com esta situação e a manifestação da mesma junto da Infraestruturas de Portugal (IP), a entidade concessionante, mas nem a IP, nem a concessionário Estradas do Algarve Litoral tomaram medidas para garantir que a população que vive do lado norte da EN 125 possa atravessar para o lado de Faro em segurança.
Assim as pessoas que vivem naquela zona ficam impossibilitadas de se deslocar a pé até Faro como sempre fizeram já que, como o POSTAL constatou (VER FOTOGALERIA), os viadutos apesar de terem passeios pedonais têm os mesmos a acabar no abismo.
Para atravessarem os dois viadutos resta àquelas pessoas, que sempre se queixaram que ficariam isoladas da cidade, fazer-se à estrada e atravessa-los pelas bermas da faixa de rodagem sem quaisquer condições de segurança e no caso do viaduto principal sem que possam ser avistadas antecipadamente pelos condutores já que a passagem aérea é em curva e não permite visibilidade.
Passeios do viaduto terminam em abismo de mais de 4,5 metros de altura
Se por um lado o primeiro viaduto, sobre a ribeira, do lado sul da variante, apesar de ter passeios tem os mesmos isolados por um rail metálico impedindo a sua utilização pelos peões, no segundo viaduto os passeios – também inutilizados pela existência de rail metálico que impede os peões de lhes acederem – terminam no vazio, com um abismo de mais de 4,5 metros de altura.
Nem mesmo a criação de aberturas nos rails para permitir o acesso dos peões aos passeios resolveria a situação, já que em todo o percurso a circulação teria na mesma de ser feita pela berma da via, sendo que nos viadutos a mesma tem uma largura assinalavelmente reduzida.
População tinha razão
É caso para dizer que a população do Areal Gordo – que sempre se deslocou a pé até ao Rio Seco e a Faro – tinha razão quando temia ficar isolada da cidade.
“Somos poucos”, como afirmaram ao POSTAL populares residentes na zona, mas “merecemos respeito e também votamos” e “deixaram-nos sem acesso ao outro lado”.
E é isso mesmo que passará a ser Faro para quem vive no Areal Gordo, “o outro lado”, onde já não se consegue chegar a pé.
Nem os transportes urbanos do ‘Próximo’ chegam ao Areal Gordo, razão pela qual apenas poderão contar de futuro com as ligações da EVA a Pechão, quando e se estas passarem a fazer o percurso pela EM 522.
Entretanto com a obra quase concluída espera-se para breve a abertura da ligação mais directa entre a cidade e as zonas do Areal Gordo, Torre de Natal e Pechão, devolvendo aos cidadão uma estrada há anos cortada.
Ainda em fase atrasada de execução está a saída em direcção ao Areal Gordo na EN 125, na direcção Olhão/Faro, um aceso que permitirá acesso directo à zona e à EM 522, imediatamente antes do acesso à rotunda sobreelevada de acesso a Faro.