Horas depois de o Chega de Vila Real ter lançado uma teoria da conspiração sobre a desconfiança de que André Ventura seria “envenenado” por “funcionários do Governo de António Costa” num centro de vacinação, caso fosse levar a vacina, o líder do Chega escreveu uma sequência de três posts no seu Twitter deixando novas dúvidas sobre a segurança da vacina.
Antes, Ventura quase corrobora a insinuação de que está sob ameaça:
Mas, mesmo dizendo que “as coisas não se misturam”, o líder do Chega opta por reforçar as suas dúvidas sobre a eficácia ou consequências das vacinas contra a Covid-19 que estão no mercado e a ser aplicadas a milhões de portugueses.
“Entendi que ainda não tinha informação suficiente para tomar uma decisão sobre a matéria. É assim tão surpreendente?”, pergunta Ventura, acrescentando um terceiro post com a explicação de que não se sente desacompanhado:
Ventura diz isto sabendo que as autoridades de saúde comprovaram que a taxa de infeção entre vacinados é inferior a 1% em Portugal, que as vacinas reduzem mais de três vezes o risco de morte e também que há poucos portugueses com dúvidas sobre o sucesso destas vacinas – o processo em Portugal: já há mais de seis milhões de portugueses com as duas doses e a taxa de rejeição é das mais baixas do mundo.
Como explicou ontem o Expresso, entre o trabalho político de Ventura, encontram-se algumas manifestações contra a utilização de certificado Covid para dar acesso mais livre a serviços como a restauração, mas também – antes disso – contra as restrições à pandemia que permaneciam em vigor. Pelo menos numa dessas manifestações, presenciadas pelo Expresso, havia vários negacionistas, incluindo uma manifestante que subiu ao estrado onde estavam o microfone colocado para os discursos e tentou queimar uma máscara cirúrgica com um isqueiro, alegando ser “plástico, só faz mal”.
Em entrevista à TVI, em junho, Ventura evitou comentar as ligações de apoiantes seus a movimentos negacionistas da covid-19, como os “Médicos pela Verdade”, e afirmou que o partido defende a saúde pública. E quando foi questionado sobre o facto de ter surgido em manifestações públicas sem máscara, o presidente do Chega ironizou: “Se fôssemos dizer que éramos negacionistas por não usarmos máscara… quem nunca pecou que atire a primeira pedra”.
Já em fevereiro, numa entrevista ao jornal Nascer do Sol, Ventura explicou que prescindia de ser prioritário na vacinação apenas pelo princípio de dar prioridade aos portugueses, mas dizia peremptoriamente que queria ser vacinado: “O que acho é que quem de nós não quereria estar imune ao vírus? Qualquer um de nós. Todos queremos.”
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso