Os trabalhos vão permitir a construção de uma estrutura com piscinas e um conjunto de apoios para que a principal barragem do sotavento algarvio tenha uso balnear.
A sua conclusão esteve prevista para antes do verão, mas essa meta foi ultrapassada devido às dificuldades na aprovação final do projeto nos primeiros dois anos de mandato autárquico, quando a Câmara de Castro Marim perdeu a maioria absoluta do PSD, recuperada em 2019 após a realização de eleições intercalares, justificou a vereadora Filomena Sintra.
Ao recuperar a maioria absoluta, o PSD lançou um novo concurso, pediu um empréstimo de cerca de 400 mil euros ao Banco Europeu de Investimento para financiar a comparticipação nacional da obra, que tem um custo total de 700 mil euros, e entregou os trabalhos a um novo empreiteiro, depois de, na primeira metade do mandato, a oposição PS e o Movimento Castro Marim Primeiro ter impedido a sua execução como inicialmente previsto, explicou Filomena Sintra.
“A obra está a decorrer normalmente, dentro dos prazos contratuais, depois de uma prorrogação de trabalhos, que ocorreu dentro dos trâmites legais. Pensamos terminar a obra até final do ano, haja água para conseguir instalar as piscinas na estrutura que as vai amarrar”, afirmou Filomena Sintra à agência Lusa, referindo-se à necessidade de a barragem ter um determinado nível de água para a estrutura poder funcionar.
Filomena Sintra recordou que a “obra foi chumbada pela oposição em dezembro de 2017” ao ser “recusada na câmara a adjudicação definitiva” e, quando a aprovação foi conseguida, já depois das eleições intercalares, “o empreiteiro já não necessitava de manter a proposta”, porque “já tinham passado 266 dias” do prazo legal previsto para esse efeito.
“Àquela data, [o empreiteiro] já nos exigia mais cerca de 200 mil euros para fazer a obra. Nesse pressuposto, não entrámos em negociação e fizemos foi um novo concurso, que acabou por ser ganho por outro empreiteiro, mas com uma obra mais cara, com os atrasos todos que daí decorreram e com a perda também da possibilidade de reforço de fundos comunitários para a obra”, lamentou.
Filomena Sinta disse que a maioria absoluta do PSD saída das eleições intercalares de 2019 conseguiu, entretanto, obter “um empréstimo do Banco Europeu de Investimento para a contrapartida nacional”, operação que, segundo a vereadora, terá “custos financeiros irrisórios” para o município, ao pagar “20/30 mil euros por ano, durante 15 anos”.
“A obra custou muito mais e o tempo não nos permitiu ter o reforço na prioridade de investimento 6.1 do Programa Operacional regional, porque, entretanto, entrou em ‘overbooking’”, justificou.
Filomena Sintra adiantou que, além das piscinas, a intervenção vai “criar redes de águas residuais e de eletrificação, casas de banho, áreas de apoio e de sombreamento, caixa com areia para simular a parte da praia e escadarias”, alavancando também “um projeto privado, conexo àquele e dentro das atividades náuticas”.
A vereadora garantiu que a autarquia está a trabalhar para recuperar as “oportunidades perdidas e os projetos em vias de perder” devido aos impasses criados durante a primeira metade do mandato, mas reconheceu que pode “não haver capacidade para recuperar todos”, porque os técnicos e os funcionários municipais não se podem dedicar a novos projetos enquanto reformulam os do passado.