A nevralgia pós herpética é um tipo de dor neuropática que resulta de uma infecção por herpes zoster, também conhecido por “zona”, o vírus responsável pela varicela.
Após a varicela, o vírus fica “adormecido” nas células nervosas da pessoa infectada e pode nunca voltar a manifestar-se. Contudo, com a idade ou alguma fragilidade do sistema imunitário, o vírus pode reactivar-se manifestando-se na pele, em qualquer parte do corpo, com manchas vermelhas e pequenas bolhas, que surgem com maior frequência no tórax e na face, provocando ardência, dor e um desconforto intenso. Cerca de 20 por cento dos doentes com o herpes zoster podem evoluir para uma nevralgia pós herpética, se a dor persistir por mais de três meses após a resolução das erupções iniciais.
Qualquer pessoa que tenha tido varicela poderá vir a desenvolver, em qualquer altura da sua vida, uma nova infecção por este vírus
Os sintomas da nevralgia pós herpética são uma sensação dolorosa de queimadura, choques eléctricos, agulhas ou formigueiro.
Este tipo de dor neuropática, quando não tratada, tem um impacto negativo na qualidade de vida da pessoa, quer a nível pessoal, laboral ou social. A pessoa pode apresentar dificuldade no contacto com a roupa ou os lençóis da cama, falta de sono, incapacidade para trabalhar e isolamento social.
O tratamento médico farmacológico baseia-se em medicamentos analgésicos orientados para este tipo de dor, como os adesivos com anestésicos locais, os anti-convulsionantes, os antidepressivos e eventualmente os medicamentos opióides. O tratamento não farmacológico passa por agentes físicos como o frio ou o calor.
Este foi um dos temas em destaque no 14º Convénio da Associação para o Desenvolvimento da Terapia da Dor (ASTOR) e das 23as Jornadas da Unidade de Dor do Hospital Garcia da Orta.
* Membro da direcção da Associação para o Desenvolvimento da Terapia da Dor (ASTOR)