Ao longo dos últimos dias, vários leitores ligaram para o POSTAL a queixarem-se que há farmácias que já não atendem o telefone e há outras que não aceitam reservas, apenas de forma presencial.
Desde sábado passado que o POSTAL tem percorrido várias farmácias e o cenário é caótico: os autotestes estão escassos.
Já no ano passado, duas semanas antes do Natal, a corrida aos testes rápidos começou mal foi anunciado algum alívio das medidas de combate à pandemia no Natal: a perspetiva de passar os dias festivos em família levou milhares de portugueses a fazer análises ao SARS-CoV-2, entupindo os serviços, que prometiam tentar aumentar a capacidade de resposta.
Este ano, imediatamente a seguir ao anúncio do primeiro-ministro sobre as novas medidas restritivas para fazer face à evolução da pandemia de covid-19, a procura por autotestes aumentou exponencialmente pelo reforço da testagem, que aconteceu a partir desta quarta-feira (entrada em vigor das novas medidas para travar a pandemia).
Segundo pudemos constatar em diversos pontos do Algarve, os testes rápidos estão a desaparecer das farmácias e supermercados.
No início desta semana, a presidente da Associação de Farmácias de Portugal, Manuela Pacheco, admitiu isso mesmo: há grandes dificuldades em obter autotestes à covid-19 nas farmácias. E até na venda online, já são vários os sites que anunciam que estes produtos estão “esgotados”.
A crescente procura já está a fazer com que os poucos testes rápidos que ainda existam estejam a ser vendidos pelo triplo do seu preço normal. Os fornecedores estão agora a pedir valores na ordem dos cinco euros, quando a unidade era então comprada a 1,90 euros, dizem os comerciantes.
TESTES VOLTARAM A SER COMPARTICIPADOS
Os testes voltaram a ser comparticipados por decisão recente do Governo, com a portaria que prorrogou o regime aprovado em junho, mas a comparticipação continua a ser limitada ao máximo de quatro testes por mês e por utente. O Ministério da Saúde justificou esta renovação do regime tendo em conta a atual situação epidemiológica e a importância de voltar a intensificar a realização de testes para deteção do SARS-CoV-2 de forma progressiva e proporcionada ao risco, que contribuam para o reforço do controlo da pandemia. O stock de autotestes nas farmácias deverá ser reposto rapidamente, garantiu Manuela Pacheco.