O povo está desconfiado com tantos anúncios de obras em poucos dias, afinal foram anos de inícios, paragens e reinícios das obras na Estrada Nacional (EN) 125, que o Governo garante que é desta que se realizam.
O ministro do Planeamento e Infraestruturas percorreu o Algarve durante os últimos dois dias e fez-se acompanhar de muita calendarização e respectivas promessas do seu cumprimento.
Assim sendo, vamos a datas. Em Lagos, Pedro Marques, já havia anunciado no passado dia 12 de Janeiro a conclusão, para “antes do Verão”, das intervenções entre Olhão e Vila do Bispo.
Foi no interior da infra-estrutura que Pedro Marques revelou que a meta é terminar a intervenção, que já dura desde 2015, entre os meses de Junho e Julho, aumentando a capacidade de embarque e desembarque do terminal de 2.400 para três mil passageiros por hora e permitindo 30 movimentos de aeronaves por hora, em vez de 24.
Obras concluídas até 2018
Já para o próximo ano fica ainda calendarizada a conclusão de uma beneficiação no troço de ligação entre a cidade de Olhão (EN125) e a Via do Infante (A22), numa extensão de 1,5 quilómetros, onde serão feitas intervenções ao nível do piso, da sinalização, da drenagem e do próprio estacionamento.
Outra das promessas é a requalificação do cruzamento que dá acesso à Praia Verde, em Castro Marim, com uma intervenção de 1,7 quilómetros. Esta intervenção inclui a construção de uma rotunda na Praia Verde e a formação de um entroncamento importante na Praia do Cabeço.
Inserida nestas obras, a Infraestruturas de Portugal (IP) revelou ainda a programação de uma “forte intervenção” na zona urbana da Luz de Tavira, “não só ao nível da reabilitação do pavimento, mas acima de tudo nos órgãos de drenagem para que esse problema seja efectivamente resolvido nesta zona”, revelou a empresa pública, na cerimónia de apresentação das intervenções entre Olhão e Vila Real de Santo António, que se realizou esta sexta-feira na Câmara de Tavira.
“Ao longo de toda esta intervenção a IP compromete-se também a dotar a zona da Luz de Tavira com um canal técnico rodoviário, que permitirá alojar todos os sistemas de telecomunicações e também fibra óptica”, acrescenta a IP.
Até ao próximo ano a Ponte de Almargem, infra-estrutura localizada entre Tavira e Cabanas de Tavira, também vai sofrer uma reabiltação estrutural ao nível das armaduras do tabuleiro.
“A infra-estrutura tem um estado de conservação que requer uma intervenção a curto prazo”, assinalou a IP.
Incluídas em todas as intervenções estão, segundo afirmou a IP, a reabilitação de todas as bermas e colocação ou renovação de toda a sinalética necessária.
Obras concluídas até 2019
Até 2019 ficou prometida a Variante de Olhão, obra que permitirá circundar todo o perímetro urbano da cidade cubista. A intervenção terá uma extensão de seis quilómetros, sete rotundas, duas vias em cada sentido de trânsito e uma velocidade base de projecto de 80 quilómetros por hora.
Obras concluídas até 2020
Para 2020 o ministro Pedro Marques prometeu a electrificação da linha ferroviária do Algarve, num total de 102 quilómetros. Um investimento global de 33,6 milhões de euros.
“Nas próximas semanas vamos lançar os concursos dos estudos e projectos necessários e queremos que a obra fique concluída um ano mais cedo do que inicialmente previsto, ou seja, até ao final de 2020”, afirmou aos jornalistas Pedro Marques, à margem da apresentação do projecto, em Portimão.
De acordo com o governante, trata-se de uma obra muito complexa – não havendo ainda projectos para a sua execução -, mas “muito importante e ansiada para a mobilidade da região”.
Para 2020, com início previsto para 2018, estão ainda obras como uma reabilitação do troço entre Olhão e Tavira, numa extensão de 17,7 quilómetros, a requalificação do troço entre Tavira e Vila Nova de Cacela e a requalificação da ligação entre Vila Nova de Cacela (EN125) e a Via do Infante (A22), com cinco rotundas previstas para estas intervenções.
Questionado relativamente às datas apresentadas Jorge Botelho, presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) e da Câmara de Tavira, afirmou que “gostava das obras para ontem, não sendo possível é preferível ter uma calendarização do que um belo Power Point sem datas lá metidas”.