Foi criada há dez anos e já acolheu cerca de 130 crianças em risco. É a Casa de Acolhimento (CA) do Centro Humanitário de Tavira da Cruz Vermelha Portuguesa, denominada por Centro de Apoio Integrado a Crianças “A Gaivota”.
Neste Natal, numa iniciativa do jornal POSTAL do ALGARVE, lançamos uma campanha solidária de recolha de roupas, calçado, brinquedos e jogos colectivos e didácticos a favor dessas crianças e jovens.
O Natal deve ser, sobretudo, uma época de partilha de valores, como a amizade, a fraternidade e a solidariedade. Doar alguns dos brinquedos e vestuário dos seus filhos pode ser uma forma de ganhar espaço em casa e, mais importante, de levar alegria a crianças carenciadas.
O local de entrega é na redacção do jornal, situada frente ao Tribunal de Tavira, na Rua Dr. Silvestre Falcão nº 13 C. Qualquer dúvida pode ligar para o 281 320 900, das 9 às 13 horas e das 14 às 18:30, de segunda a sexta- feira, até ao próximo dia 20 de Dezembro.
Participe apoiando a CA, que tem por finalidade o acolhimento de crianças e jovens em risco, no sentido de lhes proporcionar uma vida tão próxima quanto possível às das famílias, com o intuito de promover o seu desenvolvimento global e uma futura integração social.
Segundo a directora técnica do CA, Ana Guerreiro, “até à actualidade acolhemos cerca de 130 crianças e jovens por diversas problemáticas, como negligência, abuso sexual, exposição a comportamentos desviantes, abandono, entre outras situações. Actualmente, temos acolhidas 10 crianças/jovens entre os 9 e 15 anos, sendo que alguns destes estão integrados em fratrias, tendo como principal objectivo não os separar”.
A inserção activa e positiva das crianças na comunidade
A Casa de Acolhimento é composta por uma equipa multidisciplinar que permite um trabalho focado nas necessidades individuais de cada criança e jovem, garantir o seu bem-estar, segurança e proteção, tentando evidenciar as suas potencialidades e suprimir as suas carências. “O diagnóstico realizado ao longo do primeiro mês de acolhimento permite identificar estas necessidades, de forma a elaborar um Plano Socioeducativo Individual que oriente a intervenção focada, salienta Ana Guerreiro ao POSTAL.
“Através do envolvimento e articulação com a equipa educativa pretende-se criar um ambiente estruturado, contentor e seguro, no sentido de promover uma inserção activa e positiva das crianças na comunidade, de forma a potenciar a auto-estima, o sentimento de pertença, a autonomia e a consciência cívica”, explicou a directora técnica ao POSTAL.
No que diz respeito às instalações, estas foram construídas de raiz e “estão bem dimensionadas para o exercício da actividade tendo em consideração a faixa etária que acolhemos actualmente”, salienta Ana Guerreiro.
A CA é composta por uma sala de estudo, zona de gabinetes, arquivo, salas de arrumos, zona de quartos, casas de banho dimensionadas para as diferentes faixas etárias, sala de estar, sala de jogos, copa de leite e sala de higienização.
Ao longo dos anos, “temos vindo a adaptar a forma de intervenção com as crianças e jovens, promovendo um acolhimento terapêutico e focado na reparação das suas mágoas, medos e ansiedades causadas por uma história de vida atribulada”, refere Ana Guerreiro.
E é face às problemáticas que têm surgido que o trabalho tem vindo a incidir na promoção da autonomia dos jovens, nomeadamente ao nível da aquisição de competências psicossociais e emocionais, potenciando a concretização de um projecto de vida adequado e bem-sucedido.