O reitor da Universidade do Algarve (UAlg) anunciou hoje a abertura de um processo de averiguações a uma actividade alegadamente relacionada com praxes académicas, que obrigou a que uma aluna tivesse que ser assistida no hospital.
O caso, que ocorreu na noite de quarta-feira na Praia de Faro, foi relatado ao reitor da academia algarvia pelos pais da aluna, de 19 anos, e que entrou agora para a universidade, o que levou António Branco a decidir instaurar um processo para apurar eventuais responsabilidades disciplinares dos estudantes da universidade envolvidos.
“Em consequência de alguma coisa que aconteceu na praia, uma aluna necessitou de assistência médica e isso constitui matéria suficiente para abrir um processo de averiguações que pode ter consequências disciplinares”, disse António Branco à Lusa, sublinhando que a situação clínica da aluna “não é grave”.
Fonte do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) confirmou à Lusa que a jovem deu entrada na unidade de Faro, às 21.55 de quarta-feira, e que continuava, hoje de manhã, em observação no serviço de Urgência, estimando-se que tenha alta em breve.
Universidade está a reunir informação para abrir despacho
De acordo com a edição online do Jornal de Notícias, a alegada praxe a que a aluna do primeiro ano foi submetida consistia em enterrar os jovens na areia próximo da água, ficando imobilizados enquanto lhe eram dadas, à boca, bebidas alcoólicas.
Segundo António Branco, a universidade está agora a reunir informação sobre o sucedido para a abertura de um despacho “que seja sólido”, o que deverá acontecer nos próximos dias.
O reitor da UAlg refere que esta é a primeira vez com que se depara com uma situação em que recebe uma “reclamação objectiva” que lhe permita “agir”, pois circulam na comunidade “muitas histórias”, mas que não se traduzem em “actos que se possam averiguar”.
A reitoria já tinha divulgado uma nota interna, a 4 de Setembro, que estipula que “não haverá tolerância relativamente a todos os actos de recepção dos novos alunos, dentro ou fora dos ‘campi’ da Universidade do Algarve”, que atentem contra os direitos à integridade física e moral, à liberdade e à segurança de qualquer estudante.
Em comunicado, a UAlg refere que a reitoria também já tinha alertado para que “qualquer reclamação recebida relativamente a esta matéria seria cabalmente averiguada, com todas as implicações disciplinares daí decorrentes”.
“Apelo à serenidade dos membros da Academia, esperando que este momento proporcione uma reflexão individual e colectiva sobre os valores que devem prevalecer e ser preservados na Universidade do Algarve”, lê-se, ainda, no comunicado divulgado hoje.
(Agência Lusa)