Uma cruz num quadradinho e o cumprimento de um direito cívico “inalienável”, que também é um dever. Os portugueses são chamados para ir às urnas ao mesmo tempo que são obrigados a ficar em casa para ajudar a controlar a propagação dos casos de covid-19, que atingiram este sábado novos máximos.
A exceção, numa altura de confinamento total no país, é assumida pelo governo. António Costa anunciou que é permitido sair de casa, excecionalmente, este domingo, e até que haverá uma interrupção às restrições de liberdade de circulação entre concelhos para os eleitores que forem obrigados a deslocar-se para os locais onde estão recenseados.
Em plena terceira vaga da pandemia, pode parecer incoerente sair de casa para ir votar. Perguntámos a três especialistas se vão votar e se consideram o exercício seguro. Responderam que sim e explicam porquê.
RICARDO MEXIA, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MÉDICOS DE SAÚDE PÚBLICA
“Não só irei votar como sou membro de uma das mesas eleitorais. Acho que não é uma atividade isenta de risco, mas espero que consigamos acautelá-lo e minimizá-lo para bem de todos. A democracia tem de funcionar. Atempadamente, deveríamos ter ponderado o adiamento das eleições. No futuro, provavelmente, teremos de encontrar soluções que facilitem o exercício deste direito com maior segurança”.
Foto Rui Duarte Silva | Expresso D.R.
ELISABETE RAMOS, PRESIDENTE DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE EPIDEMIOLOGIA
“Votei no domingo passado e considero que votar é seguro. No entanto, claro que cada eleitor tem também de contribuir para a sua segurança e a de todos”.
Foto Rui Duarte Silva | Expresso D.R.
NELSON PEREIRA, COORDENADOR DA URGÊNCIA E MEDICINA INTENSIVA DO HOSPITAL DE SÃO JOÃO, NO PORTO
“Obviamente vou votar. É um direito e um dever inalienável. Tenho a certeza de que as condições no local estarão garantidas. Vou manter a distância física de todos com quem me cruzar e, sobretudo, vou e volto sem paragens para conversas e para convívios”.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso