Os trabalhadores regressaram às obras na estrada de acesso à ponte da Praia de Faro cumprindo assim a promessa de Sebastião Teixeira, presidente da Polis Litoral Ria Formosa, feita em declarações ao POSTAL durante esta semana, como noticiamos na versão papel do POSTAL.
Os trabalhos avançaram esta sexta-feira e já está construído um segundo dique onde será colocada uma das duas passagens hidráulicas sob o acesso à ponte.
Pior está o trânsito que em vez de ter só um sentido na zona da primeira passagem hidráulica – junto à curva de entrada no acesso à ponte – passou agora a ter uma única faixa transitável em quase todo o percurso de acesso à ponte com os semáforos a garantirem a alternância do trânsito.
Obra e evolução dos trabalhos causam polémica
A obra tem gerado polémica entre os autarcas farenses, receosos de atrasos que compliquem a época balnear, e a Sociedade Polis Litoral Ria Formosa , responsável pelos trabalhos.
Sebastião Teixeira, responsável pela Sociedade Polis Litoral Ria Formosa, afirmou ao POSTAL que “todas as obras em curso na Praia de Faro estarão terminadas até ao início da época balnear”, o que no concelho de Faro significa até 15 de Junho.
A promessa do responsável pelo Programa Polis é a resposta às preocupações manifestadas pelos autarcas farenses Rogério Bacalhau e Steven Piedade, respectivamente presidente da Câmara e da Junta de Freguesia do Montenegro.
Os receios de que a obra possa derrapar para plena época alta surgiram na comunicação social no final da passada semana, coincidência ou não, após a publicação pelo POSTAL on-line de uma notícia referente às obras de construção do passadiço contíguo ao acesso à ponte da Praia de Faro, de requalificação do próprio acesso e de construção do parque de estacionamento exterior à praia.
“Tudo está a correr dentro da normalidade”, diz Sebastião Teixeira
Sebastião Teixeira afirma a conclusão das obras até ao início da época balnear, fundando a afirmação no facto de “estar a correr tudo dentro da normalidade”.
O responsável da Polis diz que “os trabalhos não estão parados”, numa resposta a Steven Piedade, mas que “os trabalhadores estão a trabalhar nos estaleiros na construção das estruturas de betão que permitirão criar duas passagens hidráulicas por debaixo do acesso à ponte”.
“Os trabalhos regressarão ao local da obra até ao fim da semana”, acrescentava Sebastião Teixeira a meio da semana ao POSTAL, o que se veio a confirmar hoje.
Uma obra difícil de concluir dentro dos prazos
Mas a verdade é que as dúvidas continuam a ser muitas quanto à execução da obra no apertadíssimo prazo avançado por Sebastião Teixeira.
Segundo o calendário das intervenções, o parque de estacionamento exterior, que está a ser criado junto ao aeroporto – na curva de entrada no acesso à ponte – tem uma execução de 150 dias ou cinco meses, enquanto para o acesso à praia e criação do passadiço pedonal e ciclável a execução está fixada em 210 dias, ou seja, sete meses.
Ora, com os trabalhos a arrancarem no local no início de Março, a simples contagem dos respectivo prazos fazem com que o parque só seja previsível estar concluído no início de Agosto e o acesso e passadiço no início de Outubro.
Aos prazos e mesmo que se acelere a obra aumentando a força de trabalho – recorde-se que no acesso à ponte e segundo Steven Piedade, “os trabalhos estão parados há três semanas” – a verdade é que o local onde a obra do acesso está a ser executada, uma zona lagunar sujeita ao efeitos e problemas das marés, constituirá sempre um risco para o cumprimento de prazos apertados.
Não há plano de contingência para derrapagens na execução
No entanto, Sebastião Teixeira, confrontado pelo POSTAL sobre se existe ou não um plano de contingência para possíveis dificuldades, diz que “não há qualquer plano de contingência” porque a obra está a decorrer normalmente.
A tudo isto soma-se o aumento exponencial de utilizadores da praia até ao início da época balnear, em particular aos fins-de-semana, e caso a obra se atrase a concentração motard tornará a situação caótica caso decorra ainda com trabalhos em curso no acesso à ponte.
Rogério bacalhau pede antecipação dos trabalhos relativos ao acesso à praia
O autarca farense Rogério Bacalhau enviou à Sociedade Polis um ofício onde manifesta a sua preocupação com a situação e adiantou ao POSTAL que solicitou a antecipação da obra no que respeita ao acesso à ponte propriamente dito e “ainda não teve resposta “confirmou ao POSTAL.
“Solicitei que se fizesse um reescalonamento da obra e que em termos de calendarização se desse prioridade à requalificação do acesso à praia e gradualmente se deixasse para mais tarde a construção do passadiço ciclável e pedonal”, afirma.
“Espero que as obras terminem dentro do prazo, de forma a que nós possamos chegar à praia com toda a comodidade sem ter de passar por algum transtorno”, diz o presidente que reconhece que “sem obras temos alguns constrangimentos, mas com obras eles duplicarão, no mínimo”.
Steven Piedade alerta autoridades para que “acordem e comecem a trabalhar”
Quem também tem muitas dúvidas face à probabilidade das obras acabarem dentro do prazo é o presidente da Junta de Freguesia do Montenegro que oficiou a Sociedade Polis, pedindo esclarecimentos e fez publicamente “um alerta para ver se as autoridades acordam e começam a trabalhar”, disse ao POSTAL.
O autarca reforça que “há sensivelmente três semanas que abriram o buraco que lá está e a obra ainda não teve evolução, estou apreensivo e preocupado porque já estamos em Abril e a época (balnear) começa a 15 de Junho, com a concentração motard a realizar-se em meados de Julho”.
Ainda sem resposta oficial da Polis os autarcas mantém as dúvidas. A Polis tem reunião agendada com as autarquias integrantes da sociedade na próxima semana e Rogério Bacalhau é claro “já avisei que votarei contra qualquer proposta de prorrogação do prazo destas obras”.