“No Egito, as bibliotecas eram chamadas de “Tesouro dos remédios da alma”. De fato, é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.”
(Jacques Bénigne Bossuet)
Quando as bibliotecas são mais do que meros repositórios de livros e tornam-se «tesouros dos remédios da alma» em tempos de pandemia, onde a informação é excessiva e contraditória e as restrições à vida como as conhecemos e vivemos são uma constante, as bibliotecas tornam–se portos de abrigo, pontos de encontro e de literacia, de partilha e de junção de culturas mesmo quando algumas bibliotecas do Algarve ainda limitam o acesso às estantes, condicionam o acesso aos seus espaços e continuam a lutar, diariamente, para trabalhar num mundo mais tecnológico.
Agora, mais do que nunca, a função social das bibliotecas do Algarve deve ser reforçada. Com o acesso a novas tecnologias surgem novas formas de conviver, partilhar e aprender reinventado o conceito de “social” e utilizando as redes ditas “sociais” para realmente socializar e comunicar, para trabalhar, educar e entreter.
São novas formas de “bibliotecar” cuja adaptação, na maioria dos casos, não está a ser fácil nem suave para quem está deste lado, porque implica novos conhecimentos e a utilização de todos os recursos disponíveis para passar a mensagem de que as bibliotecas podem ser um local de evasão e de sonhos onde a realidade é aquilo que nós fazemos dela.
As bibliotecas devem ser locais de esclarecimento e de partilha de experiências, de educação cívica e de aprendizagens para a vida, porque hoje também detêm um papel importante de educar, explicar e esclarecer as suas comunidades no que concerne à crise pandémica e de saúde pública que atravessamos e o papel de cada um neste palco onde não se sabe como o desempenhar, mas onde ninguém está a salvo por muito que queira ignorar e esquecer.
Um novo ano se avizinha com um novo desafio para as bibliotecas do Algarve: continuar a cumprir a sua missão no seu espaço físico e tradicional sem descurar do novo espaço virtual criado durante a pandemia. Só poderemos esperar que 2021 traga melhores ventos e um desfecho favorável para esta dicotomia.
Festas Felizes para todos!…
Manuela Teixeira
(Biblioteca Municipal de Alcoutim – [email protected])