Numa era digital em constante evolução, o ato de partilhar fotos dos filhos nas redes sociais, muitas vezes visto como uma expressão de orgulho parental, pode esconder riscos invisíveis que afetam diretamente as crianças e os jovens. A MAGG procurou a perspetiva de especialistas, abordando tanto o lado digital quanto o psicológico, para compreender os impactos dessa exposição online.
Paulo Rossas, Chief Innovation Officer na Lisbon Digital School, alerta, em declarações à fonte acima citada, para a delicadeza deste comportamento, considerando-o, muitas vezes, um “abrir as portas de casa ao mundo”. Os riscos, segundo Rossas, são multifacetados e vão desde o potencial bullying, baseado nas publicações nas redes sociais, até à exposição a criminosos que podem explorar as imagens para fins maliciosos. O especialista realça que, ao partilhar fotos online, perdemos o controlo sobre quem pode ter acesso a essas imagens e como podem ser utilizadas.
Além dos perigos imediatos, Rossas destaca uma consequência menos visível: a criação involuntária de pegadas digitais para as crianças. Esta pegada digital, muitas vezes formada pelos pais sem o devido consentimento, pode ter impactos no futuro dos filhos, especialmente no âmbito profissional. Empresas já recorrem a pesquisas online para obter informações sobre candidatos a empregos, e informações inadequadas ou comprometedoras podem prejudicar o percurso profissional desses jovens.
Rossas sublinha a falta de literacia digital, afirmando que a maioria das pessoas não possui a formação necessária para compreender completamente as implicações da partilha de fotos nas redes sociais. Com a ascensão da inteligência artificial e a proliferação de deep fakes, a situação torna-se ainda mais complexa. Rossas destaca a capacidade atual de criar imagens falsas convincentes e o aumento de incidentes de chantagem com base em imagens falsificadas disponíveis online.
Num mundo onde a tecnologia evolui rapidamente, a consciencialização dos pais sobre os riscos é crucial para proteger a segurança e a privacidade dos seus filhos.
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