O Museu Zero constitui o primeiro centro de arte 100% digital em Portugal e na Europa e está a ser construído em Santa Catarina da Fonte do Bispo, em Tavira.
O museu tem como base um projeto que tem como mentor o empresário e antigo administrador do BCP Paulo Teixeira Pinto, que depois de deixar o banco decidiu residir em Tavira.
Segundo João Vargues, presidente da Comissão Executiva do Museu Zero, “a ideia surgiu a partir do facto do Dr. Paulo Teixeira Pinto ter vindo para o Algarve e ter decidido que faria sentido fazer um equipamento deste género na região”.
O projeto compreende a reabilitação das instalações, atualmente desativadas, da Cooperativa Agrícola de Santa Catarina da Fonte do Bispo, e “o tema central do projeto assenta na preservação e valorização da herança arquitetónica e paisagista, mantendo presentes os valores da etnografia, cultura e patrimónios algarvios”.
Para além das exposições e eventos, o Museu Zero vai contemplar uma área de residências artísticas, serviços de formação de públicos, serviço educativo, áreas de investigação e projetos criativos na área da arte digital.
Jorge Botelho, presidente da Câmara Municipal de Tavira disse ao POSTAL que “o Museu Zero vai ser algo extraordinário para Santa Catarina, para Tavira e para todo o Algarve” sublinhando que “este é o primeiro museu 100% digital de toda a Europa” e “segundo o promotor do projeto, Dr. Paulo Teixeira Pinto, a pretensão é fazer um dos melhores museus digitais do mundo. Há outros museus digitais já, mas a ideia é que este seja uma referência no contexto”.
O autarca sublinhou ainda que “a criação cultural é o fator preponderante. Vamos ter residências para estudantes e criativos” e na prática o objetivo é “criar arte digital, criar espetáculos em artes digitais, administrar formação em arte digital. O intuito do projeto é exatamente dinamizar a criação cultural”.
João Vargues referiu ainda ao POSTAL que “queremos que este equipamento contribua para trazer a arte contemporânea para o Algarve, especificamente na parte da arte digital. Há muito trabalho feito neste sentido. Existem muitos outros equipamentos que mostram a arte contemporânea, mas esta estrutura vai focar-se naquilo que é a arte digital, no seu próprio espaço”.
Segundo o responsável, “os primeiros passos já estão concluídos. Queríamos ter a certeza que poderíamos reabilitar o edifício como desejaríamos. O trabalho que fizemos foi no sentido de ter a licença da obra aprovada de modo a começar a construir”, sendo que “o segundo patamar é trabalhar com outras entidades da região, entidades nacionais e internacionais para podermos ter parceiros e captarmos turistas, visitantes e artistas”.
O Museu Zero tem até ao momento como parceiros oficiais o MAAT- Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, a Universidade do Algarve, a Direção Regional da Cultura e o Município de Tavira, bem como outras associações culturais da região.
A requalificação dos antigos silos agrícolas vai ser financiada em cerca de 70% por fundos comunitários do programa operacional CRESCE Algarve2020, um total de 1,9 milhões de euros.
Jorge Botelho sublinhou ainda que “a obra de reabilitação custa cerca de dois milhões de euros, mas depois existe muito mais a fazer, temos toda a instalação e criação dos ateliers, das pessoas, das residências, das parcerias, do processo criativo. Este é todo um investimento proficiente que vamos ter em Tavira” afirmando que “o Museu Zero vai ser seguramente um sítio de visita obrigatória no Algarve para todos aqueles que se interessam pela arte e cultura digital”.
Segundo os responsáveis pelo projeto, o Museu Zero deverá abrir em 2020.
(Stefanie Palma / Henrique Dias Freire)