Os números do ministério da Economia confirmam uma realidade que já tinha sido anunciada: o confinamento levou mais portugueses até às casas de apostas online.
Aumentaram os montantes apostados, o número de jogadores registados, mas também o número de jogadores autoexcluídos. A 31 de março deste ano, havia mais de 86 mil pessoas identificadas no órgão regulador (SRIJ) como tendo optado pela autoexclusão da prática de jogos e apostas online. Houve, pois, um aumento de 13 mil jogadores autoexcluídos em três meses.
A autoexclusão é uma das ferramentas disponibilizadas pelo SRIJ para ajudar quem tem um “problema com o jogo, dificuldade em controlar o tempo ou o dinheiro gasto com o jogo, ou outro sinal de risco”. Contudo nem sempre é fácil detetar este tipo de situações. É possível que falte discernimento ao próprio, e a família e os amigos podem não reparar nos indícios que apontam para uma relação pouco saudável com os jogos de fortuna ou azar.
Por essa razão, o site Aposta Legal, em parceria com o Instituto de Apoio ao Jogador, desenvolveu um teste que permite diagnosticar as situações de risco. O questionário com credibilidade científica foi adaptado do “Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais” (2013) da American Psychiatric Association. Através deste teste de jogo, os apostadores (e pessoas próximas) poderão avaliar se a conduta de jogo seguida está alinhada com uma política de jogo responsável.
De acordo com os últimos estudos nos campos da neurociência e psicologia, a dependência causada pelo jogo tem contornos semelhantes às dependências provocadas por substâncias químicas. Por essa razão, o SRIJ e as casas de apostas alertam que apesar de terem sido desenvolvidos com o objetivo de proporcionar momentos lúdicos, os jogos de fortuna ou azar acarretam o risco de vício.