Vilamoura tem instalado e em funcionamento um sistema de bicicletas de uso partilhado – o Vilamoura Public Bikes -, para quem disponha de um cartão da Inframoura, empresa municipal de infra-estruturas de Vilamoura, que é considerado um dos melhores sistemas de rede de bicicletas de uso partilhado a nível nacional.
Com uma rede que abrange toda a área de Vilamoura e compreende 39 estações de recolha / disponibilização de bicicletas e 200 velocípedes, o sistema instalado nesta que é uma das zonas turísticas mais importantes da região está entre os maiores do país e permite que os utilizadores iniciem a sua viagem em qualquer estação da rede e devolvam as bicicletas em qualquer outra estação sem mais preocupações.
As viagens de bicicleta podem durar até 45 minutos sem cobrança adicional de qualquer valor para além daquele que os utilizadores pagam pelo acesso ao sistema (20, 25 ou 35 euros para acesso a um, três meses e um ano respectivamente) e pela caução de uso (5 ou 10 euros para utilização, respectivamente, até três meses e por um ano). As viagens de duração superior implicam a troca de bicicleta numa estação qualquer para evitar a cobrança de taxa adicional ou o pagamento de um valor por hora previamente estabelecido.
Em cada estação os utilizadores encontram um mapa da rede, vários sistemas de retenção individuais das bicicletas com leitores de cartão de utilizador e painéis para digitação do código de acesso e, naturalmente, várias bicicletas. Um sistema de identificação por radiofrequência entre o cartão que activa a bicicleta e a mesma permite gerir os percursos e as utilizações de cada pessoa em toda a rede, assegurando também uma forma de distribuição das bicicletas pela rede que assegure a sua plena funcionalidade para os utilizadores.
A criação de um referencial nacional para sistemas de uso partilhado de bicicletas
É este sistema que poderá vir a servir para criar um referencial nacional para sistemas públicos, privados e / ou mistos de bicicletas de uso partilhado, isto é, servir de exemplo para a instalação de novas redes ou para a melhoria da gestão das redes já existentes no país, a partir de um estudo académico feito com base nesta experiência regional.
Por detrás deste estudo que se está a desenvolver no âmbito do Mestrado em Urbanismo Sustentável e Ordenamento do Território da FCT /FCSH, na Universidade Nova de Lisboa, está Paulo Patrocínio Reis, director de Gestão Urbana da Inframoura que pretende “criar uma referencia nacional para este tipo de equipamentos”.
Ao POSTAL o responsável pelo estudo, “desenvolvido a título pessoal”, esclarece que “todos os referenciais nesta área são neste momento obtidos através de estudos e bibliografia estrangeira e o que se pretende com este trabalho científico é, simultaneamente, perceber se a forma como os utilizadores se relacionam com estes equipamentos em Portugal segue os padrões de outros exemplos internacionais e obter um perfil de utilização e gestão destes equipamentos em Portugal”.
Para isso está neste momento disponível na internet um questionário que servirá de base ao estudo a desenvolver por Paulo Patrocínio e que poderá ser respondido por pessoas já utilizadoras do sistema de bicicletas instalado em Vilamoura, assim como, por pessoas que não sejam utilizadoras do mesmo. A participação no questionário demora apenas alguns minutos e ajudará a que o sistema instalado em Vilamoura e a opinião dos inquiridos possam servir de base a novos, melhores e mais eficientes sistemas deste género na região e no país.
Para responder a este questionário que é absolutamente anónimo basta clicar aqui.
Das respostas ao questionário e da sua análise através de modelos estatísticos, cruzadas com as informações resultantes da prática diária de utilização da rede em Vilamoura serão obtidos os resultados que permitirão criar um novo quadro de referência para equipamentos de partilha de bicicletas baseado na experiência portuguesa, o que permitirá uma melhor aproximação à realidade nacional de gestão destes sistemas colectivos de uso de bicicletas.
Assim a rede da Inframoura em Vilamoura poderá ser dentro em breve um exemplo nacional nesta matéria munindo os futuros investidores em sistemas deste género de uma ferramenta fundamental para o sucesso dos mesmos.