O Sindicato dos Enfermeiros anunciou na passada quarta-feira a existência de mais quatro casos de tuberculose latente no hospital de Portimão e acusou o Centro Hospitalar do Algarve de não cumprir totalmente as regras de segurança no trabalho.
Segundo avançou à Lusa o dirigente da delegação de Faro do Sindicato dos Enfermeiros, foi recentemente diagnosticada tuberculose latente a dois enfermeiros e dois assistentes operacionais, estando ainda em tratamento outros cinco profissionais de saúde cujo diagnóstico foi feito em Maio.
Nuno Manjua alertou para a necessidade de rastreios aos profissionais de saúde do Centro Hospitalar do Algarve e a contratação de um médico do trabalho, além da vigilância da saúde nos termos legais.
Por outro lado, o sindicato reivindica a contratação de mais enfermeiros, a existência de um quarto de isolamento que cumpra todos os requisitos e o internamento de doentes em condições condignas para prevenir infecções em contexto hospitalar.
A 10 de Agosto, o Centro Hospitalar do Algarve (CHA) refutou a notícia de que os rastreios aos profissionais de saúde não estavam a ser feitos em conformidade, sustentando que o segundo caso foi detectado no âmbito do rastreio realizado.
Sindicato reivindica a existência de um quarto de isolamento
Um dos problemas apontados pelo sindicato é a inexistência no hospital de Portimão de um quarto de isolamento, designado por quarto de pressão negativa, que permita conter possíveis surtos contagiosos, procedendo-se actualmente o isolamento de doentes com tuberculose ou outras doenças contagiosas no serviço de urgências com uma cortina.
O CHA explicou na passada segunda-feira, através de comunicado, que existia uma divisão sem condições para o isolamento de doentes que a anterior administração pretendia transformar num quarto de pressão negativa mas não o chegou a concretizar.
“Por absoluta falta de condições, nomeadamente perigoso afastamento do núcleo central do Serviço de Urgência, nunca ou muito raramente este espaço terá servido para internamento de doentes, funcionando, na prática, como armazém de material clínico. Foi este espaço, inadequado à prática de medicina de qualidade, que a actual administração transformou numa excelente sala de triagem de enfermagem”, referiu o CHA.
Na passada segunda-feira, o conselho de administração do CHA qualificou como “falsas e caluniosas” as denúncias do Sindicato dos Enfermeiros considerando que o caso está a ser alvo de aproveitamento político.
(Agência Lusa)