Cantores, guitarristas e poetas vão juntar-se amanhã para fazer serenatas às donzelas de outrora e que vivem ainda naquelas que foram as primeiras ruas de Albufeira. A Companhia de Teatro Contemporâneo e o Grupo Ecos de Coimbra, com a intenção de devolver as memórias do namoro de antigamente, junta também o propósito de convidar a população a visitar a zona antiga da cidade, onde os moradores já começaram a escassear, sendo, actualmente, mulheres de idade avançada, na sua maioria.
As serenatas começam às 21 horas no Largo Jacinto d’Ayet, num convite ao presidente da Câmara para que acompanhe o grupo de capas negras no périplo pelas ruas. Depois, os poemas e as guitarras fazem-se ouvir frente à Igreja de S. Sebastião, onde mora a dona da mercearia mais antiga de Albufeira. Segue-se a Rua Nova, onde vive aquela que começou a trabalhar, ainda em criança, nos armazéns de figo Marques Pinto, posteriormente Al-Buhera e que assistiu ao seu encerramento. Depois, na Rua do Saco, a serenata é para quem ensinou muitas das meninas de Albufeira, no século passado, a fazer o enxoval e que na sua biografia constam fatos, vestidos de casamento e alguns concursos de chita. Segue-se a Rua da Igreja Velha, onde mora ainda aquela que viu nascer a primeira escola primária de Albufeira e que nela trabalhou 22 anos. Por fim, na escadaria do Túnel, será feita uma serenata a todas as mulheres, para que o Dia de S. Valentim se inicie com os galanteios que são da tradição.
A cada homenageada será entregue uma rosa e um poema, depois dela dizer se gostou ou não da serenata que ouviu a partir da sua janela: o sim será o acender e o desligar das luzes por três vezes. Se isso acontecer, ser-lhe-á feito um festivo brinde.
A iniciativa tem com o apoio do Município de Albufeira e espera contar com a participação de todos aqueles que a ela se queiram juntar.