Numa Europa que se pauta desde 2012 por um envelhecimento ativo, surge uma pandemia que destrói todo este paradigma. A esta franja etária pós -70 anos, com comorbidade, exige-se ainda, por um tempo indeterminado, um cuidado redobrado e a imposição de um recolhimento obrigatório.
Os lares e residências de idosos ficaram sem visitas, todas as atividades lúdicas de entretenimento e de socialização foram canceladas. As rotinas foram alteradas, ficaram pálidas, sem cor. A mobilidade e autonomia diminuíram drasticamente, o que trouxera outros problemas a nível de saúde física, mental e social. O stresse e a preocupação dos cuidadores, transmitem ansiedade aos idosos, agravada muitas vezes pela parca comunicação, com máscara e distanciamento, que lhes impede a leitura labial, e sem o toque reconfortante afetivo, confinando-os ainda mais à solidão. Não têm o domínio das novas tecnologias e, muitos, nem consciência exata da gravidade do vírus.
Há reações adversas: nem todos acataram, com a mesma lucidez e obediência, as recomendações. Há os que têm medo de morrer e não querem sair, e há os que desafiam, em modo de rebeldia, dizendo que não têm nada a perder.
Para se evitar a propagação do Covid-19, demanda-se comportamentos estranhos, antissociais, que parece falta de educação. Arrancaram-lhes o que de mais alento a vida lhes dá: o convívio com os que amam, a jogatana de sueca no jardim, ou a conversa coloquial com o senhor do café.
Compete a todos nós ter uma responsabilidade pró-ativa com os idosos mais próximos. Voluntariarmo-nos para ajudá-los, e sermos também mais assertivos, criativos, reinventarmo-nos, para não os deixar desanimar, transmitindo-lhes tranquilidade e confiança no nosso olhar, que pode sempre sorrir.
Por isso, disponibilizem-se para qualquer recado ou compra. Dêem-lhes um reforço positivo, uma palavra encorajadora de apreço ao seu esforço no isolamento! Façam-lhes muitos telefonemas, oiçam -nos, valorizem os seus conteúdos de conversa, sejam gentis, perguntem-lhes pequenas coisas, pode ser uma simples receita ou um conselho. Se houver possibilidade, nada melhor que uma vídeo chamada, podendo até partilhar um momento importante do vosso dia-a-dia. Para quem puder, incentivem passeios higiénicos com a devida proteção, a música e a dança. Levem-lhes pequenos miminhos esterilizados de vírus, todavia contaminados de amor: podem ser bilhetes ou cartas escritas à mão, fotografias marcantes, passatempos e alguma comida, ou doce do agrado deles.
O futuro ficou nublado, mas o presente terá que ser desfrutado, com os nossos melhores recursos e valores. Nunca nos esqueçamos da importância desta geração, que tanta coisa boa nos proporcionou. Está na hora de lhes mostrarmos a nossa gratidão, revelar o nosso carácter e a nossa solidariedade, por isso, doemos-lhes então o nosso tempo e disponibilidade na quarentena. Há a inversão dos papéis de outrora: são eles que agora têm que ficar no ninho, compete-nos lhes trazer de tudo.
O amor mesmo à distância pode ser lido sempre nas entrelinhas das ações. Um simples adeus à janela em tempo covídicos pode querer dizer-lhes tudo, que nós estamos lá e precisamos tanto deles. Talvez o amor, seja a única razão para não desistir.
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