A secretaria de Estado das Pescas promoveu hoje, em Olhão, uma ação de campanha para aproximar os produtores de amêijoa da Ria Formosa, no Algarve, e a grande distribuição alimentar.
A ação conjunta com a Câmara Municipal de Olhão procurou “dar a conhecer este produto da Ria” e responder a um interesse manifestado pelos produtores em “valorizar os canais de distribuição”, afirmou à Lusa o secretário de Estado das Pescas.
“Este foi um passo para colocar em diálogo as estruturas de comercialização e distribuição com a produção de amêijoa boa da Ria Formosa, que representa 3.200 toneladas da produção nacional. Cabe agora aos privados dar os passos seguintes”, revelou José Apolinário.
No encontro houve uma disponibilidade para a “promoção da produção nacional” e foram manifestados “pedidos por parte da distribuição para melhorar e aperfeiçoar o regime de transporte e venda dos bivalves”, com elevada mortalidade em loja, adiantou.
Da parte da produção ficou sublinhada a “importância dos contratos e a necessidade de manter as dragagens da Ria”, garantindo José Apolinário ser “necessário manter um plano de dragagens para garantir a qualidade da água”.
Para o presidente da Câmara de Olhão, “não é possível fazer um balanço imediato”, mas destacou que é necessária uma lógica de “promoção e valorização” dos vários produtos da Ria.
“É preciso chegar ao grande público nesta fase em que há um menor consumo na restauração, que absorvia grande parte deste produto de grande qualidade que é a amêijoa boa da Ria Formosa”, destacou à Lusa António Pina.
Tal como o produto promovido, estas ações são “sementes que se jogam à terra e é preciso trabalhá-las durante um bom período de tempo e certamente terão frutos”, defendeu, dando como exemplo outras ações de promoção “no passado” que “já se começam a sentir”, como foi o caso da “cavala, do carapau ou da indústria conserveira”.
O autarca realçou ainda a importância de valorizar e “potenciar os produtos endógenos” da Ria Formosa como “o lingueirão, o berbigão ou a ostra”, assim como os bivalves oceânicos como a “ameijoa branca e o pé de burrinho” muito importantes na economia da Ria.
“É difícil medir o peso pelo volume de vendas, mas é percetível se pensarmos que emprega mais de mil pessoas. Mais que a Autoeuropa”, afirmou.
Para os viveiristas, os primeiros contactos “foram muito bons”, tal como o “amor à primeira vista”.
“É tudo rosas e não há espinhos, espero bem que seja assim. Se for assim tudo bem”, afirmou à Lusa o presidente da Cooperativa Formosa, que representa 160 viveiristas dessa área protegida.
Para os produtores, depois deste primeiro contacto é “importante que a grande distribuição” os contrate e os acordos “sejam feitos”, abrindo-se assim mais uma oportunidade para “escoar o produto”.
“Aguardamos as cenas dos próximos capítulos”, conclui José Florêncio.