O grupo The Understands – Aljezur BTT Team denunciou o “cenário desolador e deveras preocupante” perto do perímetro da barragem da Bravura, Odeáxere, que mostra a seca que se vive no Algarve.
Avança o grupo que “de acordo com o SNIRH a barragem encontra-se actualmente a 20% da sua capacidade (o valor mais baixo dos últimos anos) e a tendência será a de descer ainda mais até que cheguem (esperemos que rapidamente) as próximas chuvas”.
O percurso que estava a ser efetuado mostra um cenário de seca sob a bacia hidrográfica. Com a publicação, feita no Facebook, pretende-se mostrar e “sensibilizar todos aqueles que gerem, bem para os que usam (todos nós) os recursos naturais”.
A Regenerarte lançou recentemente uma campanha de crowdfunding, onde aborda a questão das plantações dos abacateiros, a partir de 2014, pelas mãos de uma empresa familiar de Loulé, e as consequências para a região algarvia.
Tal como o grupo The Understands – Aljezur BTT Team, pretendia-se alertar para as secas no Algarve. “A água que eles estão a gastar, com números dados pela própria DRAPAlg, diariamente das duas plantações que somam cerca de 200 hectares é de 3,5 milhões de litros de água. Numa altura de seca em que o Algarve está em seca extrema. É realmente lamentável”, refere a associação.
Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), “as barragens […] foram desde cedo um elemento indispensável para a adaptação da civilização humana ao ambiente natural e para a melhoria da qualidade de vida das populações”. Em Portugal “as barragens em exploração, com as suas albufeiras, têm um papel de relevo na gestão dos recursos hídricos”.
A rega, produção de energia, regularização do caudal dos rios ou controlo da poluição são algumas das vantagens das barragens.
Em fevereiro, voltou a falar-se na seca das barragens, mas as águas de março no interior Algarve e Baixo Alentejo permitiram aumentar significativamente a percentagem de água no solo nestas regiões. Na altura, o Resumo Climatológico de Março do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), referiu que “em termos de distribuição espacial, os valores de precipitação foram superiores ao normal em grande parte do território, destacando-se as regiões a norte de Coimbra, alguns locais no interior do Alentejo e do Algarve, onde os valores de percentagem excederam os 150%. Nas regiões do Litoral Centro, do Oeste, de Lisboa e Vale do Tejo e da Península de Setúbal os valores foram inferiores ao normal, sendo mesmo, nalguns locais, inferiores a 50%”.
Contudo, os meses de verão voltaram a levantar as questões de seca, devido também às temperaturas mais altas.
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