Os três pares de portões da torre da fachada da Sé de Faro foram restaurados e apresentam agora a sua beleza original.
Os três conjuntos de portais encontravam-se em avançado estado de degradação apresentando buracos gerados pela corrosão, em particular junto aos elementos decorativos florais existentes nas esquadrias das almofadas inferiores.
O restauro devolveu agora à catedral farense a coloração verde original dos portões de ferro intervencionados, ao todos seis.
Esta intervenção ocorre pouco mais de um ano depois dos sinos da Sé Catedral de Faro terem sido também restaurados, entre Setembro e Outubro de 2014.
No restauro do conjunto sineiro da torre da fachada da igreja, o Cónego José Pedro Martins disse ao POSTAL, que o investimento da Fábrica do Cabido da Sé de Faro contemplou a instalação de um sistema automatizado de toques para assinalar as horas do dia, as missas e outras celebrações religiosas, que rondou entre 14 e 16 mil euros, valor suportado a partir do dinheiro apurado com as entradas pagas pelos visitantes do monumento para acederem ao museu e ao complexo da Catedral.
Quanto à necessidade da intervenção as palavras do Cónego dizem tudo, “meu Deus, não me recordo da última vez que os ouvi tocar normalmente”.
Os sinos tinham uma total descoordenação no toque e os apoios muito degradados, que se tornou inadiável a obra de restauro. O relógio era outro elemento da torre de entrada da igreja, torre da galilé, que não funcionava.
A História da Sé
Erigida sobre uma basílica paleocristã e uma mesquita, a Sé Catedral de Faro – só assim denominada depois de ter sido classificada como Sé Catedral em 1577 – foi terminada no século XIII, último quartel de 1200, embora alguns autores definam a data de termo da sua construção no primeiro quartel de 1300.
A Sé de Faro é caracterizada por diferentes estilos de arquitectura religiosa, concordantes com as diversas intervenções profundas de que o edifício foi sendo alvo ao longo dos séculos, nomeadamente no século XV, nas obras de recuperação após as tropas inglesas lhe terem deitado fogo em 1596 e nas de reconstrução após os terramotos de 1722 e 1755.